sábado, 10 de março de 2012

Atividade de Formação Interseccionalidades de raça, gênero e geração nas Políticas e no Orçamento Público, com foco na saúde das mulheres negras

unfpa
A atividade “Interseccionalidades de raça, gênero e geração nas políticas e no orçamento público, com foco na saúde das mulheres negras” acontece em Brasilia, de 26 a 31 de março de 2012 e tem como objetivo contribuir para o aprimoramento do exercício de controle social das politicas públicas de saúde das mulheres, numa perspectiva de gênero, raça e geração. Realizada no âmbito do Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia a atividade será aberta para a participação de 40 (quarenta) ativistas membros de redes e organizações com potencial e interesse para compartilhar a experiência e replicar o processo nos espaços em que atuam (fortalecendo e qualificando o controle social das políticas públicas).
Será estimulado e priorizado a participação de integrantes das Redes e Organizações parceiras do UNFPA e do Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia que atuam no campo da saúde.
MPORTANTE: As/os participantes selecionadas/os serão responsáveis pelo custo relativo às passagens aéreas (ida e volta). O UNFPA se responsabilizará pelas despesas com hospedagem, alimentação, durante os dias da atividade, e por uma ajuda de custo para o traslado (residência-aeroporto-hospedagem-aeroporto-residência).
Acesse o site para obter o formulário de inscrição

III Encontro Nacional Mulheres de Axé reúne lideranças de terreiro no Rio de Janeiro

                    Evento organizado pela Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde com apoio do UNFPA, Fundo de População das Nações Unidas, incentivar a participação das mulheres de terreiro na defesa dos direitos humanos e no controle social de políticas públicas. No mês em que se comemora o ‘Dia Internacional da Mulher’, líderes femininas de terreiros do Brasil estarão reunidas nos dias 9 e 10 de março no III Encontro Nacional Mulheres de Axé, que será realizado no Hotel Monte Alegre, Rio de Janeiro. O encontro tem o objetivo de incentivar sua participação nos espaços de defesa dos direitos humanos e de controle social de políticas públicas, assim como fortalecer e qualificar ainda mais o ativismo praticado por tais lideranças. O evento também prestará homenagens às mulheres que se destacaram no campo da luta pelos direitos humanos.
                   O Encontro, que também visa estimular nos espaços internos e externos dos terreiros o desenvolvimento de ações de promoção da autonomia das mulheres, de igualdade de gênero e efetivação dos seus direitos, foi organizado pela Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde e conta com o apoio do Ministério da Saúde e do UNFPA, Fundo de População das Nações Unidas, por meio do Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia. O evento estimulará o protagonismo das participantes tendo como referência as Ialodês e Ialaxés (africanas e de tradição religiosa de matriz africana responsáveis pelas decisões político-comunitárias de suas comunidades).
                   Para José Marmo da Silva, secretário executivo da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, o diferencial desta edição é a participação de gestores/as e profissionais de saúde e de promoção da igualdade racial. “Facilitará o estabelecimento do diálogo com o poder público e vai marcar a diferença”, disse ele, que também integra o Comitê Técnico de Saúde da População Negra e o Comitê Nacional de Educação Popular em Saúde do Ministério da Saúde.Para José Marmo da Silva, secretário executivo da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, o diferencial desta edição é a participação de gestores/as e profissionais de saúde e de promoção da igualdade racial. “Facilitará o estabelecimento do diálogo com o poder público e vai marcar a diferença”, disse ele, que também integra o Comitê Técnico de Saúde da População Negra e o Comitê Nacional de Educação Popular em Saúde do Ministério da Saúde.
                      Outros pontos considerados como destaques para 2012 foram a participação e inclusão de diferentes parceiros no processo, desde o órgão federal às secretarias estaduais, assim como as inscrições de mulheres de todas regiões do Brasil, que poderão trocar conhecimentos e informações sobre suas necessidades regionais e descobrir o que existe em comum entre elas. Em paralelo, ocorrerá também o II Encontro Estadual do Rio de Janeiro, sendo que as demandas dos terreiros locais foram analisadas anteriormente e serão interligadas às de nível nacional.
                     Marmo adiantou que, provavelmente, um dos resultados do evento será uma campanha contra a mortalidade materna, incentivada pelas mulheres de terreiro. “Os direitos sexuais e reprodutivos têm tido uma presença constante nas nossas conversas. Discutimos sobre aborto, sexualidades, a importância do domínio do corpo. A mortalidade materna, por exemplo, também é muito debatida nos terreiros e é algo que tem a ver com um assunto que está na ‘crista da onda’, que é a Medida Provisória 557 (MP 557). Têm muitas coisas na MP que as mulheres não concordam e que não devem ser impostas. Conseguindo nos articular, faremos a campanha a nível nacional”.
                     Os temas propostos para os grupos de discussão são: a presença feminina nos terreiros - raça, hierarquia e poder; mulheres, corpo e sexualidades - a autonomia do desejo; direitos sexuais e reprodutivos - como atuar para garantir a efetivação dos direitos das mulheres de terreiro; o controle social de políticas públicas realizado pelas mulheres; mulher negra e HIV - desconstruindo estigmas e preconceitos; mulheres, HIV e Sistema único de Saúde - para além dos números
                     Estão confirmados/as para a mesa de abertura a Ministra Luiza Bairros, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR); Harold Robinson, Representante do UNFPA no Brasil; Mãe Meninazinha de Oxum, do GT Mulheres de Axé/Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde; Dr. Odorico Monteiro, Secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde; e a Dra. Jurema Werneck, do Conselho Nacional de Saúde, dentre outros gestores e ativistas da saúde.
                      A atividade conta ainda com o apoio da Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, e da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro. Colaboram para a realização do evento a ONG Criola, a Fundação Cultural Palmares e a CESE-Coordenadoria Ecumênica de Serviços. As inscrições podem ser feitas pelo sitewww.formfacil.com/redereligioesafro/mulheresdeaxe, e o contato com a organização para mais informações pode ser feito pelo e-mail semireligafro2007@yahoo.com.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. .
Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras Saúde
                      Criada em março de 2003, durante o II Seminário Nacional Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, realizado em São Luís (MA), a Rede tem como objetivo principal o controle social de políticas públicas pelas lideranças de terreiro; trata-se de uma instância de articulação da sociedade civil que envolve adeptos/as das tradições religiosas afro-brasileiras, gestores/as e profissionais de saúde, integrantes de organizações não-governamentais, pesquisadores/as e lideranças do movimento negro. Nos dias 7 e 8 de março será realizado o Planejamento Estratégico da Rede de Religiões para os anos de 2012 e 2013, que atualmente conta com mais de 26 núcleos espalhados pelo país e representações em 21 estados.


por Midiã Santana



Mais Informações:
Fonte: Unfpa
Disponibilizado por: Gênero, Raça e Etnia


Raça e gênero influenciam avaliação sobre a liderança

SEG, 05 DE MARÇO DE 2012 18:01
          Por Letícia Arcoverde | São Paulo - Líderes mulheres que atuam de forma dominante enfrentam reações diferentes do que homens que apresentam o mesmo tipo de comportamento. Segundo uma pesquisa das universidades americanas de Duke e Northwestern, porém, essas relações também são influenciadas pela raça. O estudo identificou que mulheres negras em posições de comando não despertam a mesma reação negativa que as brancas. Estas, por sua vez, costumam sofrer "punições" parecidas com as enfrentadas por homens negros.
          Organizada pelos professores Robert W. Livingston e Ella F. Washington, da escola de negócios Kellogg, da Universidade de Northwestern, e a professora Ashleigh S. Rosette, da escola Fuqua, da Universidade de Duke, a pesquisa investigou como gênero e raça afetam as reações produzidas por líderes com características consideradas fortes.
           Segundo estudos anteriores nos quais os autores se basearam, mulheres em posição de comando sempre foram mais penalizadas por apresentarem comportamentos comuns de quem está no papel de líder. "Quando uma mulher age de forma dominante, assertiva ou agressiva, ela é avaliada negativamente, pois isso vai de encontro ao estereótipo que temos de como uma mulher deve agir", explica a professora Ashleigh Rosette.
           Até o momento, contudo, as pesquisas só haviam estudado mulheres brancas - as pessoas, de acordo com Ashleigh, sempre presumiram que mulheres negras ou de outras etnias seriam avaliadas da mesma forma, ou até mais severamente, em razão do estereótipo também enfrentado por líderes negros. O novo estudo observou como a raça modera essas relações, analisando a resposta que 84 participantes caucasianos tiveram quando confrontados com comportamentos idênticos de líderes de etnias e gêneros diferentes
           Os autores descobriram que mulheres negras tiveram o mesmo tipo de resposta positiva que chefes brancos quando apresentaram comportamento dominante. Já homens negros receberam repercussão negativa semelhante à de mulheres brancas. Nos dois últimos casos, a "culpa" pelo comportamento mais rígido era atribuída aos próprios profissionais. Na análise de comportamento de brancos e negras em cargos de chefia, contudo, houve o entendimento de que a situação os levava a agir de forma mais agressiva
            Para a professora, é preciso levar em conta que a mulher negra não tem o estereótipo da branca nem o de um homem negro. "Ela ocupa um espaço único e, assim, acaba adquirindo uma certa invisibilidade que a favorece em relação a esses outros grupos". Isso não significa, porém, que elas não sofram com ideias pré-concebidas de como devem se comportar - a mais comum, na cultura americana, é a imagem de que mulheres negras são "bravas", o que acaba sendo benéfico para as líderes.
            Os autores destacam, porém, que o número de mulheres negras em posições de comando é ainda menor que o de brancas ou o de homens negros. Na lista das 500 maiores empresas americanas, a "Fortune 500", há apenas uma CEO negra, a presidente da Xerox, Ursula Burns, que assumiu o cargo em 2009.
         "Podemos dizer que as mulheres negras têm uma leve vantagem em relação ao comportamento dominante", explica Ashleigh. "Mas isso não apaga todas as desvantagens que as representantes desse grupo enfrentam em razão de seu gênero e raça ao tentar alcançar essas posições", complementa

II Seminário Internacional de Pesquisadores/as Negros/as

Este Seminário teve sua primeira edição em 2010 no VI COPENE e estava no formato de um  Simpósio Internacional intitulado Gestão da Educação Superior: Construindo Conhecimento e Conectando as Experiências do Brasil e da Diáspora Africana.  Esse evento, organizado pela ABPN, objetivou reunir as(os) coordenadoras(es) dos NEABS com algumas(uns) pesquisadoras(es) internacionais para que untos elaborassem estratégias de superação do racismo no âmbito acadêmico.
Tendo em vista as discussões do simpósio e a necessidade atual da sociedade brasileira, em especial, intelectuais, militantes e adeptos da luta antirracista, de dialogar sobre os rumos deste debate, a edição de 2012 (O VII COPENE) realizará o II Seminário Internacional de Pesquisadores(as) Negros(as) integrado à programação do evento e seguindo as mesmas datas deste. Assim, automaticamente, ao inscrever-se no Congresso você estará inscrito neste seminário. 

Racismo: Tribunal de Justiça condena votuporanguense em R$ 5 mil por chamar atendendente de 'urubu'

racismo-bastaO Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo condenou a moradora de Votuporanga Ivone Roveda a pagar R$ 5 mil em indenização por danos morais ao atendente de supermercado, Antonio Marcos Amaral, por tê-lo chamado de "urubu". De acordo com o desembargador relator Fortes Barbosa, "no caso concreto, a palavra "urubu" foi usada de forma pejorativa, para ofender o apelado, pessoa simples, atendente de supermercado, com cerca de 18 anos de idade (...) a ofensa foi concretizada e o dano moral, dada a reação do apelado, que ficou abalado e muito triste, está presente e precisa ser ressarcido".
O desembargador cita ainda que Ivone infringiu o artigo 186 do código civil, que classifica como ato ilícito "aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral". Segundo a advogada Rita Amelia de Paula, Amaral estava trabalhando quando Ivone começou a retirar as etiquetas de preços de algumas frutas ele então a advertiu para que não fizesse isso, diante disso a mulher passou a ofendê-lo e gritar no mercado.
"No pedido inicial foi solicitada indenização de R$ 100 mil, porém a Justiça de Votuporanga fixou em R$ 10 mil e o TJ decidiu condená-la a pagar R$ 5 mil. Não pretendo recorrer", afirma a defensora. O advogado de Ivone, Gilberto Aparecido Nascimento não foi localizado, assim como Ivone também não foi encontrada para comentar a decisão que ainda cabe recurso.

Racismo no Carrefour: “Negra desgraçada, eu vou quebrar a sua cara!”

racismoPor Jorge Américo (De São Paulo, da Radioagência NP) - A enfermeira Sonia Maria Lofredo abriu representação criminal contra o Carrefour, nesta terça-feira (06). Ela afirma ter sofrido ofensas raciais depois de tentar trocar um aparelho telefônico com defeito. O fato ocorreu na loja que funciona no Shopping Eldorado, na cidade de São Paulo.
Por ter o pedido negado, a enfermeira atirou o aparelho contra o chão e se retirou. Ela relata que o gesto fez a vendedora dizer “a nega está maluca”. Ao perceber a ofensa, Sonia retornou e espalhou no ar os panfletos de publicidade da loja. Um dos agentes de segurança se aproximou e deu início aos constrangimentos.
“Ele falava baixo, tomando cuidado para que os outros não ouvissem: ‘sua negra desgraçada, eu vou quebrar a sua cara!’ E dava socos no ar, que passavam a milímetros do meu rosto. Aí, eu peguei o meu filho, subi as escadas rolantes e fui seguida por seguranças por três lances de escada até que eles me obrigaram a ir para uma salinha.”
Sonia estava acompanhada pelos filhos de 10 e 12 anos e um amigo das crianças, e teve de esperar na salinha até a chegada da Polícia. Como se recusou a entrar na viatura com os menores, foi escoltada até em casa e de lá seguiu para a delegacia sob a acusação de ter agredido uma funcionária.
Sonia revela que, não tendo provas que sustentassem a acusação, representantes do Carrefour decidiram não registrar ocorrência.
“Sendo negro, você já está acostumado a ouvir coisas do tipo ‘neguinha’. Agora, quando isso passa a permear suas relações de consumo, quando você deixa de ir a determinados lugares por receio de sofrer violência pela tua cor, é sinal de que a gente está vivendo numa sociedade sectária.”
Segundo o advogado Dojival Vieira, o caso – ocorrido em 13 de janeiro – foi registrado como suspeita de ameaça, injúria racial, constrangimento ilegal, violação de dois artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), denunciação caluniosa e falsa comunicação de crime.

VII Congresso Brasileiro de Pesquisadores(as) Negros(as) recebe inscrições para simpósios temáticos

O VII Congresso Brasileiro de Pesquisadores(as) Negros(as) – COPENE está com inscrições abertas até o dia 13 de março para os interessados em submeter propostas de simpósios temáticos para o evento que será realizado de 16 a 20 de julho em Florianópolis. Esta edição terá como tema “Os desafios da Luta Antirracista no século XXI”, e contará com pesquisadores de todo o Brasil e de países da África, Europa e Américas do Sul, Central e do Norte.
O objetivo do COPENE é promover discussões sobre os processos de produção e difusão de conhecimentos ligados às lutas históricas empreendidas pelas populações negras nas mais diversas esferas institucionais e áreas do conhecimento. O vice-presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as) – ABPN e Pró-Reitor de Extensão, Cultura e Comunidade da UDESC, Paulino de Jesus Francisco Cardoso, explica que os simpósios temáticos serão os espaços para a apresentação e discussão de pesquisas concluídas ou em estágio avançado de realização sobre um mesmo tema. O formulário para o envio de propostas pode ser acessado no site do evento www.abpn.org.br/copene.
A sétima edição do COPENE é organizada pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros – NEAB da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc); pela Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as) – ABPN;Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Instituto de Estudos Culturais Luisa Mahin; União de Negros pela Igualdade de Santa Catarina –  Unegro; Coordenadoria de Promoção de Igualdade Racial e Coordenadoria de Políticas de Promoção da  Igualdade Racial da Prefeitura Municipal de Florianópolis.
Programação
Além dos simpósios temáticos, a programação do VII Congresso Brasileiro de Pesquisadores(as) Negros(as) contará com conferências, mesas redondas, sessões de comunicação, sessões de comunicações de iniciação científica, minicursos e oficinas. Já estão confirmados conferencistas como Kabengele Munanga, da Universidade de São Paulo (USP), Elika M’Bokolo, da República Democrática do Congo, e Shirley Campbell Barr, da Costa Rica.
Também integrarão a programação artístico-cultural do COPENE exposições de artes plásticas e visuais, mostra fotográfica, mostra de vídeo, festas temáticas, feira com exposição de livros e venda de produtos afros, atrações artístico culturais com performances de dança, música, teatro, capoeira e maracatu, além de atividades comemorativas em alusão aos 150 anos de nascimento do poeta Cruz e Souza.
Paralelamente ao congresso serão realizados o 2º Seminário Internacional de Pesquisadores(as) Negros(as); o 1º Seminário de Iniciação Científica da ABPN; além do 1º Encontro de Pesquisadores(as) sobre a Saúde da População Negra.
Mais informações sobre a programação do VII Congresso Brasileiro de Pesquisadores(as) Negros(as) e as inscrições para o evento podem ser acessadas do site: www.abpn.org.br/copene.

sexta-feira, 9 de março de 2012

O bom seria festejar o oito de março com políticas públicas eficazes e efetivas.

Eu queria mesmo era festejar a equidade de direito entre homens e mulheres , mulheres não-negras e negras, a partir das políticas públicas eficazes e efetivas.
Temos? Teremos?
Esse texto da Destemida Yara que capturei no facebook reflete o que penso:
8 de março é o patriarcado.

A emancipação das mulheres brancas deu-se e dá-se pela subjugação das mulheres negras a fogões, aspiradores de pó e máquinas de lavar. E isto não é aleatório, trata-se da forma de dominação e subjugação muito similar as relações entre escravizadas e sinhás ou mesmo sua herança, tendo mudado apenas o sistema de trabalho do escravagista para o do Capital. Tal mudança evoluiu as relações de trabalho para manutenção do próprio sistema, numa engenharia onde tempos depois o homem branco percebe que não precisa submeter suas mulheres brancas a situações desumanizantes, quando existem as mulheres negras para serem submetidas isso.
E cá estamos nós submetidas à base da pirâmide social, sustentando e tornando possível todas as conquistas dos que estão no topo. A despeito dos festejos da sociedade cartesiana, onde mulheres são mulheres sem distinção e formas específicas de opressões, são os números que confirmam a triste constatação neste dia que para muitos é dia de festa e felicitações, desmascaram esta pseudo-equidade entre brancas e negras e nos mostram que temos muito mais a lamentar do que qualquer outra coisa a fazer: um relatório da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio divulgou que a taxa de analfabetismo entre as mulheres negras chega ao dobro da taxa verificada para as mulheres brancas. Do total de mulheres negras maiores de cinco anos, 33,1 % estão na condição de analfabetas. No caso das mulheres brancas esse percentual é de 18,5%. A mesma pesquisa informou que as mulheres negras ocupadas em atividades manuais perfaziam um total de 79,4%, sendo 51% envolvidas com trabalho doméstico em geral, e 28,4% como cozinheiras, serventes e lavadeiras.
Em atividades como secretariado, recepção e vendas, encontravam-se 7,4% das mulheres negras. Já em funções técnicas, administrativas, científicas, artísticas entre 5,3 e 10%. Os dados desta pesquisa são de 1990, vinte e dois anos depois, zero vírgula qualquer coisa dos percentuais acima mudaram positivamente, como mostram pesquisas mais recentes.
Eis aí, porque não festejo o oito março, se esta data é o marco representativo da emancipação das mulheres, é, na realidade, o marco da emancipação das mulheres brancas a custa das mãos pretas que embalam o berço, lavam a roupa, fazem o almoço e jantar os põe sobre a mesa, retiram talheres e pratos e lavam a louça. Enquanto isso, na favela ou nas periferias, os filhos e filhas de barrigas pretas soluçam sua falta, prontos e prontos para servir ao exército de reserva de mão-de-obra barata em favor da emancipação alheia, mesmo que isso custe o aborto de sua própria existência.
ção

Aos três anos, a menina Luna afirma: Eu sou preta!

Luna Nóbrega de Alencar Leite tem três anos é uma menina com cara de infância.
Luna faz o primeiro período do jardim no Colégio Santissimo Senhor, no bairro da Serraria, em Maceió, a capital da República das Alagoas.
A pequena menina é uma versão infante do ativismo que assume o ser negro como concepção política. Aos três anos se percebe como a “única princesa negra de cachinhos que veste rosa”.
Luna adora seus cabelos fartos de cachos que a leva para espaços africanizados.
O olho intimo e próximo da meninazinha com sua negritude nos arrodeia de certezas adultas.
 Resiliência.
 A palavra vem do latim “resilio”, que significa voltar ao estado natural. O conceito de resiliência para as ciências humanas é “a capacidade de um indivíduo em possuir uma conduta sã num ambiente insano, ou seja, a capacidade do indivíduo sobrepor-se e construir-se positivamente frente às adversidades”
Luna, filha da Risolene é uma das protagonistas da Exposição Fotográfica Yalodê que busca homenagear mulheres negras pela passagem do dia da mulher e acontece no Teatro Abelardo Lopes/SESI- Galeria Arte Center. Av. Antonio Gouveia, 1113- Pajuçara/Maceió, AL.
A Exposição Fotográfica Yalodê é parte integrante do IV Festival Alagoano das Palavras Pretas-*Asè à Mulher Negra!
O IV Festival Alagoano das Palavras Pretas-*Asè à Mulher Negra! é a primeira atividade do X Ígbà Seminário de Conversas Afro-Internacionais: Im-Expressão Afrodescendente nas Américas acontece em Maceió, AL, de 19 a 23 de março.
Segundo a Vadilma, um misto de tia-babá e amor incondicional: “desde “miudinha , a nossa modelo de tenra idade tem orgulho de ser preta”.
E as histórias criam vida.
Um dia a mãe disse a menina: filha, você é do signo de peixes. E a pequena peremptória reagiu: Não eu não sou de peixe. Eu sou tubarão!
As crenças de Luna estão todas ligadas às artes. Tem convicção que é uma bailarina,e  quem há de negar o esplendor dos sonhos dessa meninazinha, com tão acurada percepção de vida!.
Durante a sessão de fotos realizada na sexta-feira, dia 02 de março, no Estúdio de Fotografias da Faculdade de Comunicação do Centro Universitário-CESMAC, em momento alheio e distraído, a mãe da meninazinha soltou um palavrão maior do que as palavras convencionais e na mesma hora pondo em prática o que foi apreendido Luna retrucou: Mãe isso é feio!
A mãe pediu desculpas.
Luna é a modelo mais nova da Exposição Fotográfica Yalodê,fotografada pelas competentes estudantes de jornalismo da Faculdade de Comunicação-FECOM, Nana Barros e Camila Braga reconta no berço da aprendizagem necessária, um novo ciclo da história negra, nas terras de Aqualtune.
Ontem, dia 03 de março, Luna fez três anos.
Conhecer Luna e todas as mulheres negras homenageadas na Exposição Fotografica Yalodê é como um parabéns pra você, na segunda-feira 19 de março.
Você não vai perder.
Vai?
Serviço:
X Ígbà Seminário de Conversas Afro-Internacionais: Im-Expressão Afrodescendente nas Américas
Locais:
Dia 19 março
- Teatro Abelardo Lopes/SESI- Galeria Arte Center. Av. Antonio Gouveia, 1113- Pajuçara/Maceió, AL.
Dia 21 março - Auditório térreo da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas.
23 de março- ( opcional)- Parque Memorial Quilombo dos Palmares/ Serra da Barriga- União dos Palmares/Alagoas.
Certificação: 20 horas
Taxa de inscrição: R$:10.00 (dez reais)
O pagamento da taxa de inscrição de R$ 10.00 deverá se feita em forma de depósito:
Agência 2391- Conta Corrente -00000983-1-Caixa Econômica Federal. O comprovante do depósito deverá ser escaneado e enviado por e-mail, como comprovante da inscrição
Informações: (82)8827-3656/3231-4201
E-mail: raizesdeafricas@gmail.com,

 

Luzia, o fóssil do ser humano mais antigo das Américas é negra por essência e excelência.

Um texto de Jane Rosana Cassol  que vale uma reflexão.

Luzia era uma mulher solitária, tristonha e medrosa que viva numa região plana com algumas montanhas nas cercanias , muitos esconderijos e vegetação abundante.O clima era tropical o que facilitava sua vida. Luzia não era vaidosa, contentava-se em agasalhar seu corpo magro e baixo com alguma pele de animal. Tinha uns 20 e poucos anos, possuía traços que lembram os atuais aborígines da Austrália e negros da África, seu queixo era proeminente, as faces estreitas, o crânio longo, nariz largo e os olhos arredondados. Perambulava atrás de alimentos com seu grupo familiar. Eram caçador-coletores e não tinham paradeiro fixo. Geralmente alimentava-se de frutos que colhia apressada nas árvores baixas e retorcidas, alguns tubérculos e aprendera a comer e folhagens. Seus companheiros de existência às vezes dividiam com ela um pedaço de carne pequenos animais, que eles caçavam. Nunca recebera um gesto de carinho, no máximo nas noites frias era convidada a aconchegar-se aos seus parentes e eles tiravam parasitas de sua longa cabeleira. Sempre muito suja e arredia, era desconfiada, tinha receio dos homens e dos grandes animais que espreitavam sua gente. Eram tempos muito difíceis, ela não sabia como sua gente chegara ali e nem se preocupava com isso. Ela temia animais que como ela já não existem como a preguiça gigante e o tigre dente de sabre, pois eles só possuíam pedras de quartzo que usavam como pontas de flecha e raspadeiras.Naquele dia chuvoso ela não se sentia bem, procurou um abrigo numa caverna e lá repousou por aproximadamente 11 mil anos; encontrada na década de 70 por uma equipe franco-brasileira de cientistas,foi levada para o Rio de Janeiro numa viagem que jamais imaginara e lá no Museu da Quinta permaneceu esquecida. Walter, um moderno príncipe da Antropologia, e sua equipe retiraram-a de seu sono milenar e do anonimato; batizando-a, revolucionou toda a trajetória humana nas Américas com a teoria que diz que o povoamento aqui teria sido feito por duas correntes migratórias de caçadores e coletores, ambas vindas da Ásia, provavelmente pelo estreito de Bering, mas cada uma delas composta por grupos biológicos distintos. A primeira teria ocorrido 14 mil anos atrás e seus membros teriam aparência semelhante à de Luzia. O segundo grupo teria sido o dos povos mongolóides, há uns 11 mil anos, dos quais descendem atualmente todas as tribos nativas das Américas.Essa descoberta mostra que uma outra leva, bem mais antiga, chegou à América. Luzia seria descendente desse grupo. Aparentados dos atuais aborígines australianos, esses primeiros colonizadores teriam saído do sul da China atual e atingido o continente americano cerca de 15.000 anos atrás – três milênios antes da segunda leva migratória. Como nessa época a Idade do Gelo ainda não havia chegado ao fim, teriam usado canoas para fazer a navegação costeira e contornar os enormes maciços glaciais que bloqueavam a passagem entre a Ásia e a América do Norte. Viveram aqui muitas eras, alheios ao restante da humanidade, até desaparecer na disputa por caça e território com a leva migratória seguinte, provável ancestral dos nativos modernos.
Luzia, o fóssil do ser humano mais antigo das américas,negra por essência e excelência, é provavelmente o elo comum de toda a civilização americana. Não sabemos se seu DNA ainda sobrevive nas Américas.
Estudos nas áreas de genética, antropologia, biologia e arqueologia buscam comprovações se ainda resta algo dela entre nós.
Jane Cassol

Projeto de Lei propõe punir diferença salarial entre mulheres e homens na mesma função



A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH) aprovou nesta terça (06), por unanimidade o Projeto de Lei (PL) 130/11, que acrescenta o parágrafo 3º ao art. 401 do Código de Leis Trabalhistas (CLT) e determina que sexo, a idade, a cor ou situação familiar não podem ser considerados variável determinante para fins de remuneração, formação profissional e oportunidades de ascensão profissional.
Trocando em miúdos, o que a nova lei regulamenta é que as empresas que pagarem para as mulheres salário menor do que pagam para os homens, quando ambos realizam a mesma atividade, poderão ser multadas. De acordo com o texto do PL, o empregador que infringir, estará sujeito a pagar à funcionária lesada uma multa correspondente a cinco vezes a diferença verificada em todo o período da contratação.
O relator na CDH, senador Paulo Paim (PT/RS) apresentou seu voto favorável ao projeto e ressaltou que se for sancionada, a proposição representará mais uma ferramenta jurídica para assegurar o princípio da equidade entre homens e mulheres. Paim lembrou ainda que a Constituição Federal e a CLT já proíbem a diferença de salário entre homens e mulheres que executam a mesma tarefa, sob as mesmas condições e para um mesmo empregador, mas que essas normas legais não têm sido suficientes para impedir que trabalhadoras enfrentem discriminação.
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quinta-feira, 8 de março de 2012

Mulheres representam até 70% da força de trabalho rural em economias agrícolas, afirma OIT

Mulher caminha em campo agrícola no Afeganistão. (ONU/Eric Kanalstein ) As mulheres constituem cerca de 43% da mão de obra agrícola nos países em desenvolvimento e mais de 70% da força de trabalho em algumas economias baseadas fundamentalmente na agricultura. Além de trabalhar como agricultoras, trabalhadoras assalariadas e empresárias, as mulheres rurais também assumem, de maneira desproporcional, a responsabilidade do cuidado das crianças e dos idosos. Pelas múltiplas funções que realizam, desempenham um papel fundamental em prol do desenvolvimento rural, diz o Diretor-Geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Juan Somavia, em mensagem para marcar o Dia Internacional da Mulher.
O tema escolhido pela OIT para este ano é “Empoderar a Mulher Rural e Eliminar a Pobreza e a Fome”. A mensagem ressalta que “as mulheres rurais recebem uma remuneração inferior à dos homens e frequentemente ficam para trás no acesso a educação, na formação, na tecnologia e na mobilidade”. Mesmo assim, levando em conta o tempo que dedicam ao trabalho remunerado e ao não remunerado, suas jornadas de trabalho são maiores do que as dos homens. Grande parte do trabalho que realizam continua sem reconhecimento, porque não é pago e se circunscreve ao âmbito doméstico.
Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, o Escritório da OIT no Brasil preparou uma série de documentos relativos ao tema. Nos links a seguir, leia uma entrevista com a Diretora do Escritório de Gênero da OIT, Jane Hodges, a mensagem de Juan Somavia, além de informações sobre a situação das mulheres que exercem atividades no meio rural, assim como umíndice de publicações do Programa de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça no Mundo do Trabalho do Escritório da OIT no Brasil.

Palmares reúne em Brasília comissão julgadora do 2° Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-Brasileiras

quarta-feira by Daiane Souza
Crédito: Rânia Fernandes/FCPCrédito: Rânia Fernandes/FCP
Comissão julgadora do 2° Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-Brasileiras
Por Daiane Souza 
A comissão julgadora do 2° Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-Brasileira se reuniu, na quarta-feira (7), na sede da Fundação Cultural Palmares (FCP) em Brasília. Fruto de parceria entre a FCP, o Centro de Apoio ao Desenvolvimento Osvaldo dos Santos Neves (Cadon) e a Petrobras, o prêmio contemplará a 20 projetos de companhias que trabalham de forma sistemática com as expressões culturais afro-brasileiras, nas modalidades de teatro, dança e artes visuais. Ao todo foram habilitados 137 projetos.
A Comissão de Seleção composta por profissionais de todas as regiões do país, de reconhecida competência, especialistas das três áreas teve seus membros indicados pela FCP e pelo Cadon. A fim de julgar os trabalhos no campo das Artes Visuais foram convidados Mariza Guimarães Dias, Ilacir Galvão dos Santos e Helena Theodoro Lopes. Na dança, Sigrid Augusta Busellatto Noram Marília Rameh Reis de Almeida Braga e Jorge da Silva Borges, avaliarão os projetos candidatos. A comissão do teatro é representada por Francisco Santos Lima (Chicão Santos), Paulo Roberto Melo Souza e Ruth dos Santos Almeida.
De acordo com Martvs das Chagas, diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-Brasileira da FCP, o papel da Palmares no programa é viabilizar possibilidades de participação da população negra por meio da cultura. “O Brasil é a 6ª maior economia do mundo, mas ainda não incorpora os cidadãos negros na participação econômica como é de direito. Direcionar recursos a este fim, valorizando a cultura afro-brasileira é um grande ganho”, ressalta destacando o total em prêmios que será de R$1.100.000 (um milhão e cem mil reais).
Sensibilidade – Profissional de dança, Borges vê no programa o que está além do financiamento. “É um meio de oportunizar pessoas que precisam de uma chance de mostrar o seu trabalho, de crescer”, afirma. “São ações como estas que me motivam. Por isso continuarei a tirar crianças das ruas por meio da arte”, explica. Ele cita o próprio exemplo, na adolescência se libertou das alternativas oferecidas pela sua condição social através da dança.
Helena Theodoro acredita na importância das manifestações culturais negras brasileiras por seu papel de comunicação, formação, compreensão do próximo além do trabalho com o corpo e a mente. Já a colega Mariza acha que não é mais momento de lutar por arte negra com o conceito africano. “Temos sim que dar visibilidade à arte brasileira, contemporânea, que tem sua propriedade caracterizada pela matriz africana”, afirma.
Santos ressalta que a promoção da cultura, apesar das dificuldades, já é proporcionada pelas pessoas. “O que falta ser trabalhado é a evolução dos desdobramentos da arte”, pontua. “Nosso papel aqui é empurrar os que estão atrás de nós”, conclui. Martvs das Chagas reforça que a organização do movimento negro por traz dessa ação é muito importante. “O governo tem o seu papel, mas trabalha melhor com a participação da sociedade civil”, completa.

Inscrições abertas para apoio financeiro à participação de mulheres na Rio+20

Major Group de Mulheres recebe, até 12 de março, inscrições de mulheres líderes que desejam apoio financeiro para participar da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).
A ajuda é oferecida para o terceiro encontro preparatório, de 13 a 15 de junho, e para o evento principal, de 20 a 22 de junho, ambos no Rio de Janeiro. Candidaturas devem ser enviadas para o e-mail: nomination@womenrio20.org

Comitê da ONU para a Eliminação da Discriminação contra a Mulher publica conclusões da revisão do Brasil

No 17 de fevereiro, o Brasil passou por sua sétima revisão frente ao Comitê para a Eliminação da Discriminação contra a Mulher (CEDAW, na sigla em inglês), em sua reunião nº 51, realizada entre os dias 13 de fevereiro e 2 de março, em Genebra.
Silvia Pimentel (na foto, ao centro), presidente do Comitê para a Eliminação da Discriminação contra a Mulher (CEDAW, na sigla em inglês). (ONU/Paulo Filgueiras)
O CEDAW é presidido pela brasileira Silvia Pimentel (na foto, ao centro). Acesse aqui a versão não editada disponível somente em inglês (em PDF).
Para o relatório do Estado do Brasil, os relatórios da sociedade civil e outros materiais relacionados ao exame do Comitê, acessehttp://www2.ohchr.org/english/bodies/cedaw/cedaws51.htm

Programa de Inclusão Social e Crescimento Verde para 200 mil desfavorecidos no Piauí

Iniciativa promoverá política de expansão da agricultura sustentável, como motor
para aprimoramento de serviços sociais e educacionais nas comunidades rurais

WASHINGTON – 6 de março de 2012 – O Conselho de Diretores do Banco Mundial aprovou hoje uma Política de Empréstimo para Desenvolvimento (DPL, na sigla em inglês) para apoiar o programa de expansão da agricultura sustentável, educação e inclusão social no Piauí. O Projeto de Inclusão e Crescimento Verde vai beneficiar mais de 200 mil fazendeiros economicamente desfavorecidos e 40 comunidades quilombolas, através da regularização de suas terras e da capacitação técnica para a prática de agricultura sustentável, gerando rendimentos mais elevados.

 “O Piauí é rico em recursos naturais. Esse projeto reconhece os esforços do estado para ajudar pequenos e médios produtores a aproveitarem ao máximo suas terras, através de processos sustentáveis e com capacidade técnica aprimorada”, afirmou Wilson Martins, Governador do Estado do Piauí. “Essas medidas não só vão provocar crescimento econômico, como também vão gerar capital humano e melhor nível educacional”.

Marcado por contradições, o Piauí possui 25,1 milhão de hectares com significantes recursos naturais, com seis milhões de hectares de terra plana e bem drenada, ideais para agricultura. No entanto, apresenta os piores indicadores sociais e econômicos do país, sendo o segundo Estado com maior índice de analfabetos e com o menor PIB.

 “Através desse empréstimo, as comunidades socialmente excluídas vão ter oportunidades nunca antes oferecidas. Ao ajudá-los a melhorar seu nível educacional, eles terão a chance de ser economicamente mais ativos”, explicou Makhtar Diop, Diretor do Banco Mundial no Brasil, e enfatizou “essa iniciativa vai mostrar que o crescimento verde é possível para todos”.

O empréstimo vai apoiar três principais objetivos estabelecidos pelo Estado do Piauí:

• Crescimento rural verde em todo o Estado, através da regularização das terras e garantia de práticas agricultoras sustentáveis;

• Maior inclusão social através de políticas estaduais de educação pública e participação jovem no mercado de trabalho; 

  • Sustentabilidade Fiscal através de instituições mais fortes e eficientes, resultando na prestação de serviços públicos.

Esta única parcela BIRD DPL não conta com financiamento de outras partes e terá um prazo de vencimento 18,5 anos e cinco anos de carência.

Contatos:

Brasília: Juliana Braga (+55 61) 3329-1099, jmachado1@worldbank.org
Washington: Marcela Sanchez-Bender, (+1 202) 473-5863, msanchezbender@worldbank.org
Para mais informações, visite por favor: www.worldbank.org/br
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quarta-feira, 7 de março de 2012

8 de março em Fortaleza – Mulheres em Luta contra o Patriarcado, Racismo e Capitalismo: por Justiça social e ambiental

QUA, 07 DE MARÇO DE 2012 20:08
8_de_marco_luta_contra_o_patriarcado_racismo_e_sexismoNós, mulheres do Ceará,  organizadas em  diferentes  movimentos sociais, organizações  feministas e partidos de esquerda, nos  juntamos para denunciar as opressões, desigualdades e  injustiças  sociais  e ambientais  provocadas por  um  modelo de sociedade  dominado pela lógica capitalista, racista e patriarcal, vimos às ruas nos  posicionar: Contra o predomínio de uma falsa democracia imposta pelas elites, que reproduz o machismo, o racismo e que nega à população o direito de decidir sobre os rumos do mundo, impondo padrões econômicos, sociais e  culturais;
Contra as políticas e projetos que privatizam as cidades,  marginalizam populações, exploram e  transformam  mulheres e  meninas em mercadoria; contra  os incentivos  ao agronegócio e  o  trabalho explorado e  privatização dos  territórios,  como  o  complexo industrial e portuário do Pecém, a mina de urânio em Santa  Quitéria e  fazendas de camarão;

Contra as políticas autoritárias dos megaeventos, que expulsam comunidades pobres de seus locais históricos de moradia — a  exemplo  das  Comunidades  do Trilho,  do Serviluz,  na Serrinha,  no Castelão, no  Barroso,  no  Jangurussu,  próximas ao  Rio  Cocó  e Rio Maranguapinho, Comunidade  do Dendê, comunidades do Parque Água Fria, do Conjunto Palmeiras, do Poço da Draga e outras, em Fortaleza, com as quais nos solidarizamos  — para a  realização das obras da Copa e higienização da cidade em benefício das classes ricas, dos especuladores, das  empreiteiras e  das  indústrias  imobiliária  e  do turismo  de massa;
Contra o favorecimento da propriedade privada em detrimento dos direitos coletivos. Casos como o da Comunidade de Pinheirinho, em São Paulo, são uma prática cotidiana no Brasil e no Ceará, assim como os despejos de populações camponesas e as reintegrações de propriedade de terras improdutivas, marcados pelo racismo ambiental;
Contra a ofensiva ruralista e as mudanças propostas pelo Congresso Nacional ao Código  Florestal, que desconsidera a  função social da terra; penaliza e ameaça a agricultura camponesa em benefício do agronegócio. Exigimos que a  presidenta Dilma vete essa proposta e discuta com a  sociedade a  política ambiental brasileira;
Contra a mentira da “economia  verde”, construída pelos governos e iniciativa privada como saída para a crise social e ambiental.  Não é possível construir um capitalismo menos impactante e menos degradante. São necessários outros modos de  organização das sociedades e  a alteração urgente dos modos de consumo e  produção;
Contra as formas de fazer economia e política que impactam gravemente a vida das mulheres empobrecidas, excluídas do acesso à saúde, à educação, ao saneamento, à segurança pública e a outras demandas fundamentais para a  dignidade das  pessoas;
Contra toda forma de racismo, inclusive o ambiental, que promove impactos diferenciados e mais devastadores para os segmentos  mais pobres, para as/os negras/os, quilombolas e  indígenas;
Contra os ataques aos direitos sexuais e direitos reprodutivos e as 200 mortes de mulheres por ano no Brasil,  vitimadas pelos abortos clandestinos. É preciso garantir o direito de livre expressão sexual, de decidir sobre o seu  corpo e, sobretudo, o direito à vida das mulheres. A presidenta Dilma precisa vetar a Medida Provisória 557, que ficha as mulheres para puni-las. Queremos medidas efetivas que  melhorem a  qualidade dos  serviços  de saúde,  garantindo  os direitos reprodutivos, entre eles a descriminalização e legalização do aborto;
Contra a violência às mulheres: no Cariri, nos últimos 11 anos, quase 200 mulheres foram assassinadas, vítimas da violência doméstica e familiar. O  caso de Queimadas  (PB), em  que  cinco  mulheres foram  estupradas  coletivamente, demonstra  que  ainda há muito que  se fazer nessa luta. Apesar do avanço da lei Maria da Penha, é  preciso aplicar mais recursos  para a  implantação  de centros de referência,  construção  de casas abrigos e  delegacias especializadas onde as mulheres possam ter assistência  completa;
É nesse contexto que nós mulheres, em conexão com a história da luta das/dos trabalhadoras(es) como na primavera  árabe, nas(os) indignadas(os) da Espanha, nas(os) professoras(es), estudantes e outras(os) trabalhadoras(es) que  lutaram por direito em nossa cidade  e  na marcha das vadias, reafirmamos nossa  luta  para   mudar o  mundo e  a  vida  das  mulheres, integrando a  construção de igualdade  e liberdade das  mulheres às lutas por  transformações  globais na sociedade.
Entendemos que as lutas sociais devem ser contrárias a todas as estruturas que nos oprimem, exploram e  discriminam.
Estamos atentas, organizadas e dispostas a lutar até que todas sejamos livres!
Fortaleza, 08 de Março de 2012
Articulação  de  Mulheres Brasileiras,  Articulação  de  Mulheres Pescadoras,  Assembleia Nacional  dos Estudantes  Livres–ANEL, Ateliê  Gerassol, Barricadas, Casa  Chiquinha  Gonzaga, Central dos  Movimentos Populares-CMP,  Central Única dos  Trabalhadores–CUT, Central Sindical e Popular– CSP, Conlutas, Centro de Defesa da Vida Herbert de Sousa,  Consulta Popular, Federação dos Trabalhadores Rurais do Ceará–FETRAECE, Federação dos Trabalhadores no  Serviço Público Municipal do Estado do Ceará-FETAMCE, Fórum Cearense de Mulheres, Grupo de Resistência  Ambiental por  Outra(s)  Sociabilidade(s)–GRÃOS, Instituto Negra do Ceará–Inegra, Instituto Terramar, Liberdade de Amor entre  Mulheres no Ceará-LAMCE, Mandato Ecos da Cidade PSOL/CE (Vereador João Alfredo), Marcha Mundial das  Mulheres, Movimento de Mulheres Negras Afro Bérè, Movimento dos Atingidos por Barragens, Movimento dos  Trabalhadores Rurais sem Terra-MST, Movimento Mulheres em Luta, Núcleo de Mulheres do PT, Núcleo de Mulheres Rosa Luxemburgo, PSOL/CE, Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares–RENAP/Ceará, Secretaria de Mulheres do PSTU, e Tambores  de Safo.