sexta-feira, 24 de maio de 2013

I Seminário Estadual de Mulheres Negras e Saúde





Instituto da Mulher Negra do Piauí realiza o primeiro Seminário Estadual de Mulheres Negras e Saúde




MULHERES NEGRAS DO PIAUÍ DISCUTEM SOBRE  POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE E OS DESAFIOS PARA SUPERAÇÃO DAS DESIGUALDADES DE GÊNERO E RAÇA.

O Instituto da Mulher Negra do Piauí – AYABÁS realiza dias 31/05 e 01 e 02/06/2013, o I SEMINÁRIO ESTADUAL DE MULHERES NEGRAS E SAÚDE, com a participação de mulheres negras das mais diversas regiões do Estado e com convidadas de outros Estados. O evento é uma parceria com a Secretaria de Estado da Saúde do Piauí - SESAPI e conta com o apoio de outras organizações como Coordenadoria Ecumênica de Serviço /CESE ,Steve BIKO, ,Instituto Mídia Étnica,SEMTCAS,SASC,SEMEC,SEMEST ,SEDUC  e FUNDAC.

Com o objetivo de discutir a saúde da mulher negra e as políticas públicas no Piauí que atendam a demanda existente nessa área, o evento é também um momento de oportunizar um intercambio entre as várias organizações negras do Estado e de discutir as questões étnico-raciais com recorte de gênero, apontando avanços, dificuldades e desafios no processo de articulação dessas mulheres negras. Pretende-se ainda, ao final, discutir a constituição de uma Rede de Mulheres Negras do Piauí, que possa descentralizar discussões e ampliar sua organização de forma a  efetivar ações da pauta feminista que contribuam para  autonomia política, econômica e social das mulheres negras piauienses.

Para a Presidenta em exercício, do AYABÁS, Professora Halda Regina o Seminário “é um momento importante para reconhecimento das mulheres negras no Piauí e para o levantamento do quadro de necessidades e desafios que leva a articulação de uma Rede de Mulheres Negras no Estado.”
Do Piauí, já estão confirmadas participações de municípios como Floriano, Parnaíba, Amarante, Esperantina, Queimada Nova, Altos, Campo Maior, Batalha, Paquetá, São Raimundo Nonato, São João do Piauí, Castelo do Piauí, Campinas do Piauí (Salinas) e Teresina, com um número maior de representações das  entidades de mulheres e Instituições Governamentais.

O Seminário também contará com a presença de uma representante da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial-SEPPIR/PR, e representações do Centro de Cultura Negra do Maranhão-CCN, Grupo de Mulheres Mãe Andreza(MA), Rede de Mulheres Negras do Nordeste/Instituto Odara(BA), CEDENPA(PA).  Outras presenças estão em fase de confirmação, como é o caso de uma representante da Secretaria Nacional de Diretos Humanos da Presidência da República.

A abertura oficial do Seminário acontece no dia 31/05 às 19h, no Diferencial Bufett,  com a presença de  autoridades locais e convidadas/os de organizações governamentais e não governamentais, tendo como palestra de abertura “Políticas de Promoção da Saúde da Mulher” , proferida pela Senhora Maria Lucia Gato de Jesus (UEMA).

Dentro da programação, está prevista uma Noite Cultural com apresentações artísticas dos grupos Afoxá, Afrocondarte, Ijexá entre outros/as artistas locais, no Espaço Cultural Osório Jr. No Clube dos Diários, a partir das 20h do dia 01 de junho.

O encerramento do I Seminário Estadual de Mulheres Negras e Saúde, no dia 02/06, tem como pauta a aprovação de uma Carta com o resultado das discussões feitas e as principais demandas, que deverá ser encaminhada posteriormente às autoridades competentes Bem como, a Criação da Rede Estadual de Mulheres Negras do Piauí.



Maiores Informações:
Haldaci Regina -  (55*86 99093219) - TIM;
                           (55*86 88189964) Oi
Iraneide Soares da Silva - (55*86 99547140) TIM,
                                        (55*86 95513615) Claro;

Ana Patrícia Barros - (55*86 99009566) TIM.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Jovens incendeiam colchões e dão início a rebelião no CEM

Adolescentes internos do Centro Educacional Masculino se rebelaram no início da noite desta quarta-feira.
Jovens internos no Centro Educacional Masculino se rebelaram no começo da noite desta quarta-feira (22). A ala A da unidade de recuperação de adolescentes infratores no bairro Itaperu, zona Norte de Teresina (PI), foi tomada.

Geísa Chaves/Cidadeverde.com

O tenente José Monteiro, das Rondas Ostensivas de Natureza Especial, informou ao Cidadeverde.com que todos os pavilhões foram atingidos pela rebelião. São 10 viaturas da Polícia Militar no local. O Corpo de Bombeiros também foi acionado.

Os jovens queimaram colchões, arrombaram cadeados e também atiraram pedras contra os policiais. 

Antes dos jovens se rebelarem, educadores do CEM interceptaram um pacote com um telefone celular e uma carteira de cigarro. Ainda não foi confirmado se o fato pode ter iniciado a revolta.

O diretor da unidade, Herbert Neves, confirmou ao Cidadeverde.com que havia começado uma rebelião, mas não podia dar mais informações porque estava tentando contornar a situação com os jovens. 

A última rebelião registrada no CEM ocorreu em dezembro de 2011 e teria sido motivada apenas por vandalismo, sem pauta de reivindicações. 

Em janeiro deste ano, sete jovens renderam dois educadores e conseguiram fugir do CEM.

Com capacidade para 60 jovens, o Centro Educacional Masculino conta atualmente com 49 internos, parte deles acusados de homicídio.

Aguarde mais informações

Fábio Lima e Caroline Oliveira
fabiolima@cidadeverde.com

Linguagem e crença africanas são fundamentais para identidade afrodescendente



Nessa perspectiva o coordenador do Ifá Heritage Institute, Wande Abimbola, discorreu sua palestra no Seminário Temático promovido pela SEPPIR em Belém-PA. Para o professor nigeriano, o Brasil está vivendo um momento importante de empoderamento do povo negro, que precisa fortalecer sua identidade africana
Linguagem e crença africanas são fundamentais para identidade afrodescendente
Makota Valdina participou do debate e disse que o uso da tecnologia é ferramenta indispensável ao enfrentamento do racismo

Wande Abimbola, coordenador do Ifá Heritage Institute, foi palestrante no “Seminário Territórios Tradicionais Negros: Desenvolvimento e Enfrentamento ao Racismo”, realizado pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - SEPPIR, sexta-feira (17-05), em Belém-PA. Para o intelectual nigeriano, o Brasil está vivendo um momento importante de empoderamento do povo negro, que precisa fortalecer sua identidade africana.

Abimbola defendeu a preservação de elementos da língua e da crença africanas como estratégia para a população negra brasileira manter sua identidade africana. “Tem que ir para os terreiros escutar os cânticos, a língua”, afirmou o professor, para quem o resgate da identidade africana pode passar também pela criação de um alfabeto e pela convenção de um acordo ortográfico que possibilitem o uso de idiomas africanos no Brasil.

Esse processo de domínio da língua africana, segundo ele, deve passar pela educação formal e contar com reforços além da sala de aula. “A educação, em vez de nos libertar tem sido uma forma de nos alienar da nossa cultura, porque, infelizmente, está nas mãos dos colonizadores”, sentenciou o nigeriano. “Os terreiros têm escolas próprias, mas podemos fazer muito mais cursos rápidos, estudar a história dos candomblés, dos terreiros, de como eles se estabeleceram”, disse ainda Abimbola.

Destacando a importância do empoderamento das mulheres negras, Abimbola apresentou alternativas para o fortalecimento do povo negro. Na área econômica, ele falou sobre um sistema indígena de poupança coletiva adotado na região Yorubá da Nigéria, que consiste em coletas semanais e utilização do lucro na solução de prioridades do grupo.

O professor também convocou a participação dos presentes na 10ª Conferência Mundial dos Orixás (24 a 29/06, na Nigéria), ao falar sobre a necessidade de interação com outras comunidades negras no Brasil e no mundo. A mesma atividade já foi realizada em Salvador, São Paulo e no Rio de Janeiro.

Uso da Tecnologia
Para a liderança tradicional de matriz africana, Valdina Oliveira Pinto, Makota Valdina, o uso da tecnologia é ferramenta indispensável ao enfrentamento do racismo na atualidade. “As entidades, inquices, voduns, querem que a gente use essas armas para batalhar hoje, porque é preciso saber preencher um projeto, lidar com sistemas para acessar recursos públicos”, explicou. “A gente tem que criar a nossa história conforme nossa realidade”, declarou ainda Makota, que também participou da primeira mesa de debate mediada pela secretária de Políticas para as Comunidades Tradicionais da SEPPIR, Silvany Euclênio.

A ministra Luiza Bairros (Igualdade Racial), falou sobre a importância da realização da atividade no Pará, afirmando que o sucesso do seminário possibilita vislumbrar maiores e melhores parcerias entre a SEPPIR e o governo do estado, “de maneira que consigamos emprestar o apoio necessário para que a promoção da igualdade racial e o enfrentamento ao racismo possam resultar em ações concretas nas vidas das pessoas”.

O professor da Universidade do Estado do Amazonas, Alfredo Wagner, que é coordenador do Núcleo Cultura e Sociedades Amazônicas – CESTU, compartilhou suas impressões sobre o tema na mesma mesa que teve a presença do procurador Felício Pontes, da Procuradoria Geral da República.

Felício falou sobre a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata dos povos indígenas e tribais, foi ratificada pelo Brasil em 2002 e entrou em vigor em julho de 2003. Os países signatários da convenção se comprometem a consultar os povos interessados quando forem previstas medidas legislativas ou administrativas que os afetem diretamente, garantindo a efetiva participação dos povos indígenas e tribais na tomada de decisões.

Seminários Temáticos
O Pará sediou o quinto debate da série promovida pela SEPPIR com foco na III Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, a III CONAPIR, que acontece de 5 a 7 de novembro, em Brasília, com o tema Democracia e Desenvolvimento por um Brasil Afirmativo. O próximo acontece nesta sexta-feira (24/05), em Porto Alegre, sobre o tema Oportunidades para a Juventude Negra.

A 1ª reitora negra de uma Universidade Federal no Brasil


Nilma Gomes entra para a história do Brasil como a primeira mulher negra a comandar uma universidade federal. Ela acredita que sua escolha para o cargo representa um avanço na luta em favor de políticas raciais no país

Nilma Lino Gomes assume a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) como a primeira reitora negra do País. Entre tantos desafios, está ampliar as relações internacionais com os países de língua de expressão portuguesa. Leia a seguir entrevista publicada pelo jornal O Povo nesta segunda-feira (20).
Professora mineira Nilma Lino Gomes tomou um susto quando foi convidada para ser reitora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) no início deste ano. A proposta veio do colega Paulo Speller, reitor-fundador da primeira universidade internacionalizada do Brasil, fincada no Maciço de Baturité, em Redenção, a 40 quilômetros de Fortaleza. Passada a surpresa, veio a percepção do contexto. Seria a primeira mulher negra no comando de uma universidade brasileira.
“Senti-me honrada e, depois do choque, compreendi que o convite tinha a ver com minha trajetória”, afirmou a reitora Nilma Lino em meados de abril, 20 dias após desembarcar em Redenção. Com um sorriso largo e palavras sob medida, à moda de Minas, a doutora em Antropologia pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutora em Sociologia pela Universidade de Coimbra aborda as questões em torno do racismo no Brasil, tema que elegeu tanto na academia como pesquisadora, quanto como cidadã. “Pedagogicamente, atuo assim; politicamente, atuo assim. Quando o convite chegou, entendi que tinha a ver com meu perfil. Sou uma mulher negra que atua nas questões raciais”, analisa a reitora sobre o porquê de ter decidido deixar Minas Gerais para morar numa cidade que só conhecia de ouvir falar, e ser reitora de uma universidade que havia de concluir a implantação.
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Primeira reitora negra de universidade federal diz que racismo é debate que compete a sociedade (Foto: ABr)
Ao longo de quase duas horas, Nilma Lino conversa sobre o trabalho intenso de conhecer o lugar, a universidade e as pessoas, fala sobre as políticas afirmativas em curso no Brasil e diz que o resultado dessa política pelo menos jogou por terra o discurso mítico em torno da democracia racial no País. A seguir, os principais pontos da entrevista.
A senhora já conhecia Redenção antes de vir como reitora para a Unilab?
Não. Eu sabia da universidade e sabia de Redenção pelo meu colega que foi o primeiro reitor Paulo Speller. Fomos colegas no Conselho Nacional de Educação. Quando cheguei ao Conselho, Paulo estava terminando a gestão dele na Câmara de Educação Superior e sempre falava da universidade e de Redenção. Mas não tinha vindo aqui.
Para a senhora, qual o maior desafio para o processo de consolidação da Unilab?
Não sei se teria o maior. Acho que o primeiro desafio é dar continuidade ao trabalho de instalação, de início da universidade, tão nova. Acho que meu grande desafio é dar continuidade e consolidar esse trabalho já iniciado pela gestão do professor Paulo Speller. Outro desafio é nesse processo é ir ampliando e aprofundando cada vez mais esse caráter internacional dessa universidade com os países de língua de expressão portuguesa, em especial os africanos, e com possibilidade de expansão. Nas mais diversas áreas da universidade: pesquisa, ensino, extensão e na própria relação dos professores com a pesquisa.

Dia de Combate à Homofobia é celebrado com ato de cidadania em praça pública


Diversos serviços gratuitos de atendimento ao público foram realizados




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Diversos serviços gratuitos de atendimento ao público foram realizados na manhã desta sexta-feira (17), na Praça João Luiz Ferreira, Centro de Teresina. As atividades fazem parte do ato Cidadania: o melhor remédio para combater à homofobia, realizado pelo Grupo Matizes e executado pelo projeto “Tecendo Direito, Costurando Cidadania”, em comemoração ao Dia Internacional de Combate à Homofobia.
Foram realizados atendimentos para o cadastro do programa Bolsa Família, orientação jurídica, expedição de passe livre para idosos e pessoas com deficiência, aferição arterial, orientação jurídica. O evento teve ainda a apresentação de shows performáticos e a distribuição de preservativos e materiais de prevenção à DST/AIDS.
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De acordo com a coordenadora do projeto, Carmem Ribeiro, o ato é uma forma direta de dialogar com a sociedade teresinense no intuito de alertar sobre a violência contra homossexuais. “Em uma data tão relevante como essa, é importante alertarmos para o problema e o fizemos colaborando com a sociedade através da prestação de serviços de cidadania”, afirma Carmem.
O evento contou com a parceria da Secretaria Municipal do Trabalho, Cidadania e Assistência Social (SEMTCAS), Secretaria do Estado da Saúde do Piauí (SESAPI), Defensoria Pública do Estado do Piauí, Sistema Nacional de Emprego (SINE), Centro de Educação Profissional São Camilo, Associação Piauiense de Amor e Proteção aos Animais (APIPA) e do Grupo de Dança Afoxá.
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“A parceria com os vários órgãos públicos tem o objetivo de reafirmar o compromisso do Estado em combater a homofobia, principalmente a institucionalizada, que ainda é muito presente. A nossa ação também é para que a população perceba que a luta contra a homofobia não é apenas uma luta de gays e lésbicas e travestis, mas sim da a sociedade e do poder público”, afirma Marinalva Santana, diretora do Grupo Matizes.
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