sábado, 24 de março de 2012

Ato público celebra 21 de março no Rio de Janeiro

Por Jacqueline Freitas 
Foto: Jacqueline Freitas / FCPFoto: Jacqueline Freitas / FCP
Eloi Ferreira abre ato público no RJ
Um ato público, promovido nos jardins do Palácio Gustavo Capanema, marcou a celebração do 21 de março – Dia Internacional de Luta contra a Discriminação Racial – pela Fundação Cultural Palmares. O ato é resultado de uma parceria entre a FCP/MinC e as entidades governamentais representativas da população negra nos âmbitos estadual e municipal do Rio de Janeiro. São elas: CEDINE – Conselho Estadual dos Direitos do Negro, COMDEDINE – Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do Negro, SUPIR/RJ – Superintendência da Igualdade Racial e CEPIR/RJ – Coordenadoria Especial de Promoção da Igualdade Racial. 
Segundo o presidente da Fundação Cultural Palmares, esta parceria nasceu de um consenso, entre as instituições, sobre os sentimentos de liberdade, culto à natureza e alegria, características marcantes dos povos de ascendência africana. “Concordamos que realizar este Ato ‘na praça’ seria uma forma de mostrar que 21 de março é um dia que ficará marcado para sempre na história dos negros. Os jardins do Palácio Capanema formam uma autêntica praça e, como bem disse o poeta abolicionista Castro Alves, a praça é do povo”, lembrou Eloi Ferreira de Araujo. 
O presidente da FCP conduziu o ato junto com os representantes das instituições parceiras e demais lideranças negras fluminenses, como o jornalista, advogado e ex-deputado Carlos Alberto Oliveira, o “Caó”, autor da lei 7.347 – que ficou conhecida pelo apelido do parlamentar e militante negro. Em 1985, a Lei estabeleceu o racismo como crime. 
Foto: Jacqueline Freitas / FCPFoto: Jacqueline Freitas / FCP
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Memória e cultura – A data emblemática do massacre de Shaperville (ocorrido há 52 anos na África do Sul), que foi oficializada em 1976 pela ONU como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, também levou ao centro do Rio grupos de tradicionais manifestações culturais afro-brasileiras. 
A abertura do ato consistiu na lavagem simbólica do prédio histórico que abriga a Representação Regional da FCP e outros órgãos do Ministério da Cultura, e foi feita nos moldes das religiões de matriz africana – entoada por mestre Cotoquinho e os atabaques dos Filhos de Gandhi, tendo na roda sacerdotes, sacerdotisas e membros de terreiros, vindos de Itaboraí, São João de Meriti e Belford Roxo. 
Foto: Jacqueline Freitas / FCPFoto: Jacqueline Freitas / FCP
Lavagem simbólica do prédio da Representação Regional da FCP no RJ
Em seguida, foi a vez do Jongo da Serrinha, liderado por Vó Maria, fazer a sua apresentação, que foi complementada pela capoeira de mestre Camisa e seu grupo, Abada Capoeira. 
Foto: Jacqueline Freitas / FCPFoto: Jacqueline Freitas / FCP
Jongo da Serrinha
Conquistas – Sem esconder a alegria de participar da celebração, Eloi Ferreira destacou o trabalho da FCP e as conquistas da população negra: “Ao longo de seus 24 anos, a Fundação Cultural Palmares tem se empenhado na promoção, proteção e difusão da cultura afro-brasileira e, nesse sentido, também tem construído ambientes para rememorar nossas datas históricas e nossas conquistas. Entre estas conquistas podemos destacar a Lei Caó, o ProUni, a Lei de Cotas, a Lei 10.639”, lembrou. 
O presidente da Palmares ressaltou ainda a importância do reconhecimento das comunidades remanescentes de quilombos e frisou a necessidade de avanço na titulação das terras dessas comunidades. Destacou, também, a significativa vitória que é o Estatuto da Igualdade Racial: “É o primeiro marco legal para a construção de igualdade de oportunidades entre negros e não negros em nosso país, é a primeira lei que responsabiliza o Estado pela reparação à perversidade que foi cometida contra a população negra”, finalizou Eloi Ferreira.
Foto: Jacqueline Freitas / FCPFoto: Jacqueline Freitas / FCP
Crianças em ar de descontração durante o evento

quarta-feira, 21 de março de 2012

Quase negra, quase branca não serve para mim. O que eu sou? EU SOU MULHER NEGRA! / Almost black, almost white doesn’t work to me. What Am I? I’M A BLACK WOMAN


No dia internacional da luta contra a discriminação racial minha missão para esse mês é escrever um post que diga como é ser uma negra de pele clara no Brasil. 
É engraçado para mim usar essa expressão, pois há tanto tempo me assumi como mulher negra, que na maioria das vezes não me posiciono como uma negra de pele clara, sou mulher negra e pronto. 
Acho que o primeiro ponto para se entender a complexidade desse tema é se lembrar como funciona o pensamento racial no Brasil, onde quanto mais claro nós somos, mais brancos nos tornamos, podendo inclusive vestir a fantasia da branquitude. 
Muitos de nós e, esse foi o meu caso, cresceram ouvindo que deveríamos limpar a nossa raça, de que se escolhêssemos parceiros brancos nossos descendentes não seriam mais negros. (O Brasil é um dos poucos países onde isso é realmente possível). 
Esse não é um pensamento simples, na verdade é um conceito acadêmico muito complexo criado na segunda metade do século19 por nomes como Silvio Romero e que foi responsável por fatos importantes na história do Brasil, como o incentivo a colonização europeia, por exemplo. 
Então quando paro para pensar na posição de ser “quase negra” ou uma negra de pele clara, vejo que a primeira vista esse poderia ser um lugar de conforto, um lugar de escolha, mas pelo menos no meu caso não o é.
Eu só descobri que minha ancestralidade fazia de mim uma mulher negra quando tinha 12 anos, até então sabia que meus tios e tias eram negros e que tinha avós negros e até mesmo irmãos negros, mas por ter pais que também tem pele clara, não me via como uma pessoa negra. 
Porém, ao contrário do que muitos possam pensar, esse para mim nunca foi um lugar confortável, pois ainda que eu não soubesse que minha negritude era a verdadeira razão, fui vítima de inúmeras situações de racismo, onde era discriminada e ridicularizada, por causa do meu cabelo, do meu nariz, da minha boca, enfim, pelo que hoje eu reconheço como traços visíveis que denunciam minha negritude ainda que a cor da minha pele não o faça. 
Muitas das pessoas que hoje olham para mim e dizem não entender o por que de eu querer ser negra, no passado me diziam, que eu tinha o pé na senzala, em um claro reconhecimento de minha negritude.
Então no meu caso, ter a pele clara sempre foi um lugar de opressão e a descoberta de minha negritude me fez sentir livre e me deu armas para lutar contra o racismo que eu já sofria e não entendia a razão.
Em um segundo momento esse pode parecer um lugar de alienação. Embora esse não seja o meu caso, infelizmente o é para muitos dos brasileiros. Ainda que a pele não seja tão clara, a teoria do embranquecimento faz com que muitos brasileiros  miscigenados não se deem conta de sua negritude, eles sofrem com o racismo sem saber o porque apanham e ainda que percebam sinais de ancestralidade negra façam questão de negar, pois é mais fácil ser branco.
Dessa maneira a cada dias mais a sociedade como um todo cria estratégias para aproximar as pessoas de um padrão branco de beleza.
Valorizam-se termos como mulata, morena, ou qualquer outra definição que os afaste da negritude e os aproximem de um estado quase branco, afinal aquilo que eu ignoro supostamente não me faz sofrer.
Uma receita para a mudança eu não tenho, mas acredito que ajudar as pessoas a se conscientizar ainda é o melhor remédio, funcionou comigo e com outros e é por essa razão que continuo lutando. 


On the International day for the elimination of racial discrimination my month’s mission is to write a post that tells how is be a lighter person in Brazil. 
It’s really funny to me to use this expression, because there is so many time since I assumed myself as a black woman, that most of time I don’t stand myself as a lighter black woman, I’m a black woman and just it.
I think that the first point to understand the complexity of this subject is to remember how the racial thought works in Brazil, where how lighter we are, more white we become, and we can till dress whiteness’ costume.
Many of us, including myself, grew up listening that we should clean our race, that if we chose white partners our descendants wouldn’t be black anymore (Brazil is one of the few countries where this is really possible).
This isn’t a simple thought, actually is a really complex scholar concept created in the second half of the 19th century by names as Silvio Romero and that was responsible for important facts in Brazilian history, as the stimulus of the European colonization, for example.
So when I think about the position of be an “almost black” or a lighter black woman, I see that in a first sight in Brazil it could be a comfortable place, or an optional place, but at least it isn’t in my case.
I just realize that my ancestry made me a black woman when I was 12, till that moment I knew that my uncles and aunts were black and that I had black grandparents, and even black siblings but because my parents also have a lighter skin, I didn’t see myself as a black person. 
However in the opposite of some people can think, this have never been for me a comfortable place, because even if I didn’t have any idea that my blackness was the real reason, I was a victim of numerous racist situations, where I was discriminated and victim of bullying, because of my hair, or my nose, or my mouth, it means, because of nowadays I recognize as visible features that make a denounce of my blackness even if the color of my skin doesn’t do it.
Many people that nowadays look to me and say that they don’t understand why I want to be black, in the past used to look to me and that I had the foot at the slave house (a Brazilian expression that means that you have a black person hide on your family), in a clear acknowledgement of my blackness.  
So in my case, have a lighter skin always was an oppressive place and to discovery my blackness made me feel free and gave me weapons to fight against the racism that I have already suffered and didn’t understand the reason. 
In a second moment, this can look like a place of alienation. Even if isn’t my case, unfortunately it is to most of Brazilians. Even the skin isn’t so lighter, the whiteness theory make a lot of mixed Brazilians don’t realize their blackness, they suffer with the racism without to know why they are receiving the punishment and when they realize some signals of their black ancestry they need to deny, because is easier to be white.
In this way each day more the whole society are creating strategies to let people closest to a white beauty model.
People give value for expressions like mulatto or brown (Moreno), or any other definition that stay them away from their blackness and make them close of an almost white model. 
I don’t have a recipe for the change, but I believe that to help people to create a conscious is still the best medicine; it worked with me and with others and this is the reason why I keep fighting.   

Loucura ou Obsessão Espiritual?

Loucura ou Obsessão Espiritual? 
:: Osvaldo Shimoda :: 
Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?
- Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem.
(O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, Questão 459).


Recentemente, foi manchete nos jornais e na mídia televisiva o caso de uma mulher que ateou fogo numa aposentada idosa em uma agência bancária no Rio de Janeiro.
A aposentada foi internada em estado grave com 60% do corpo queimado e veio a falecer posteriormente.
A agressora justificou à polícia o seu ato por conta da raiva que sentiu ao não conseguir receber a sua pensão na agência bancária. Mas, de acordo com o banco, ela não recebeu o benefício porque veio na data errada (não era o dia certo de seu recebimento).
Confessou ainda à polícia que praticou tal ato porque estava fora do seu normal e se sentia perseguida por uma luz que a esfaqueava por dentro. Essa luz dizia que ia matá-la e aos seus filhos também. Apesar de ter praticado um ato tão bárbaro, disse que não estava arrependida.

Eu pergunto: É um caso de loucura ou obsessão espiritual?.
Como pode se diferenciar a loucura propriamente dita de uma interferência espiritual obsessora? No caso dessa mulher, é difícil de responder com certeza até porque cada caso é um caso. É muito tênue a linha divisória que separa a loucura da obsessão espiritual. Mas, sem a menor sombra de dúvida, a obsessão espiritual pode ser a causa de um processo de loucura.

Na psicogênese de inúmeros casos de loucura, é freqüente a existência de um fator obsessivo, ou seja, a interferência de espíritos que têm por objetivo causar irritação para prejudicar o obsediado.
Pode ser o caso dessa mulher que estava irritada, aborrecida, e que se sentia perseguida por uma luz que a esfaqueava por dentro (na minha prática clínica, é comum na regressão de memória o paciente ver o seu obsessor como uma luz cinza ou um vulto escuro, uma sombra).
Não obstante, é importante dizer aqui que inúmeros pacientes em hospitais ou clínicas psiquiátricas não são loucos no sentido da palavra. São apenas obsediados.
Portanto, há que se diferenciar um distúrbio mediúnico, espiritual, de um distúrbio psiquiátrico propriamente dito.

Allan Kardec, o codificador do Espiritismo dizia: Há loucura que não é loucura, é apenas obsessão. Mas há loucura que não passa de um transtorno eminentemente psiquiátrico.
No entanto, é importante esclarecer que um distúrbio mediúnico, caso se prolongue por muito tempo, pode ocasionar um dano no cérebro e provocar a loucura psiquiátrica.
Desta forma, se de um lado existem os espíritos obsessores que prejudicam o obsediado influenciando-o negativamente em seus pensamentos e ações, existem também os espíritos protetores a nos guiar e orientar diante das adversidades da vida. Portanto, não é um exagero dizer que a todo o momento estamos sendo guiados ou influenciados por bons ou maus espíritos.
Mas é através de nossos pensamentos, sentimentos e atitudes no dia-a-dia, que determinamos ao lado de quem estaremos: bons ou maus espíritos.

É bom lembrar que os espíritos se ligam a nós pela afinidade de nossos padrões vibratórios de pensamentos, sentimentos e atitudes.
Se você vibra negativamente, cultivando no cotidiano ódio, ira, rancor, desesperança, tristeza, medos, vingança, amargura, é óbvio que irá atrair os maus espíritos.
Lembre-se que é você que atrái os bons ou maus espíritos, de acordo com a Lei da Afinidade (os semelhantes se atraem).
Entre o bem e o mal é você quem escolhe de que lado quer ficar.
Ligue-se com a luz, evoque a presença dos espíritos superiores cultivando bons pensamentos, sentimentos e atitudes, que assim será protegido por eles, mesmo não percebendo.

Caso Clínico:
Depressão e sentimento de incapacidade
Homem de 35 anos, solteiro.

O paciente me procurou por conta de seu sentimento de incapacidade e inferioridade. Cultivava constantemente pensamentos críticos - se desvalorizando - do tipo: Você é burro, retardado; Você é um fracasso, é melhor desistir porque não vai dar certo.
Tudo que começava não terminava, pois tinha auto-estima muito baixa. Acordava depressivo, pois era comum se sentir atormentado por esses pensamentos.
Desta forma, queria saber o porquê de ser tão critico, exigente consigo mesmo e que o levava a se sentir incapaz.

Ao regredir, me relatou: Sinto algo pressionando o meu rosto... a impressão é que alguém está empurrando, afundando o meu rosto no divã (pausa).
Vejo agora na minha frente uma luz cinza, meio escura...
Estou sentindo um calafrio muito forte pelo corpo todo com a presença dessa luz aqui no consultório.

- Pergunte a essa luz (entidade espiritual) se ela teria algo a lhe dizer - peço ao paciente.
Ela me diz: ‘Você vai morrer!’. ‘Você não tem nada na vida porque é um desgraçado!’.

- Pergunte-lhe o que você fez para ela no passado?
Está me dando tontura porque o divã está girando rapidamente (é comum em meu consultório a entidade obsessora fazer o divã rodopiar para agredir e amedrontar o paciente. Em verdade, é tudo uma ilusão, uma falsa sensação, pois em nenhum momento o divã sai do lugar). Agora parou, não sinto mais o divã girando...
Olhando bem para essa luz cinza, percebo que é uma mulher (pausa).

- Pergunte-lhe que relação vocês tiveram no passado - peço ao paciente.
Ela me diz que fomos casados e que desgracei a vida dela.

- O que você fez para ela?
“Ela fala que eu tirei a vida dela, que não a deixei viver. Por isso, qualquer deslize, erro que eu cometo na vida atual, me cobra, condena, não me deixa viver também (paciente entende agora que aqueles pensamentos negativos, críticos, condenatórios, que o fazem se sentir inferiorizado, depressivo e com baixa auto-estima não são dele, mas provocados por essa entidade espiritual)”.

- Pergunte se ela sabe há quanto tempo está desencarnada, em espírito na escuridão, nas trevas?
“Diz chorando que não sabe ao certo, mas é provável que se trate de mais de 100 anos”.

- Você gostaria de lhe dizer alguma coisa? - Pergunto ao paciente.
“Eu peço perdão, de coração pelo que lhe fiz, e que hoje jamais tiraria a sua vida” (paciente fala emocionado).

- Pergunte se ela quer ser ajudada, se deseja sair desse lugar escuro?
“Ela diz que sim”.

- Então, pede para ela evocar os espíritos amparadores, benevolentes, para sair desse lugar - peço ao paciente (pausa).

“Vejo um ser de luz - é uma luz muito intensa, clara - se aproximando dela (pausa).
Eles estão agora entrando por um túnel iluminado... sumiram.
Uma outra luz clara, bem intensa, vindo de cima se aproxima de mim. Sinto uma paz muito grande, é incrível!”.

- Pede para ela se identificar...
“Diz que é a minha mentora espiritual (entidade espiritual diretamente responsável pela evolução do paciente que o guia, protege e o aconselha).
Sinto uma paz e tranqüilidade vindo dela e uma luz bem clara que ela irradia e que me ilumina também. Ela me diz que preciso ser forte, não ter medo, e que está sempre me ajudando em todos os momentos difíceis de minha vida. Diz para eu fazer tudo na vida com amor e dedicação.
Sinto uma paz enorme, pois ela emana uma energia muito boa. Sua luz está irradiando a sala toda”. (Paciente se refere ao consultório).

- Veja se sua mentora espiritual teria mais alguma coisa a lhe dizer - peço ao paciente.
“Ela só pede para eu cultivar o amor em meu coração e agradece ao senhor (referindo-se a mim como terapeuta) por essa oportunidade de poder se comunicar comigo”.

Após ter passado por mais quatro sessões de regressão, o paciente estava se sentindo muito bem, mais animado e motivado. Não vinham mais em sua mente aqueles pensamentos críticos, negativos e desqualificadores que o deixavam deprimido, desesperançoso e inseguro.
Antes do tratamento, por qualquer deslize ou erro que cometesse, vinham muito forte esses pensamentos que ficavam martelando em sua mente, e que o levavam a se sentir deprimido e desmotivado. Sentia que tinha tirado um peso enorme de suas costas, bem como resgatado sua auto-estima. 

segunda-feira, 19 de março de 2012

Movimento pela Paz na Periferia conquista Prêmio Anu de inclusão social

Movimento pela Paz na Periferia conquista Prêmio Anu de inclusão social
Por Laura Muradi
 
O Movimento Pela Paz na Periferia – MP3 foi recebido com prestígio em Teresina após receber os prêmios Anu Preto e Anu Dourado, concedidos pela Central Única das Favelas (CUFA) ao Projeto Cine Periferia, do MP3, que ficou entre as três melhores ações de inclusão social do Brasil. A solenidade de entrega dos prêmios aconteceu na terça- feira (28/02) no Rio de Janeiro, no Teatro João Caetano, com apresentação de Glória Maria, Regina Casé e Marcelo Tas. O Prêmio Anu Dourado foi conquistado pelo Projeto Cine Periferia como a melhor ação de inclusão realizada no Estado do Piauí.
 
O Projeto Cine Periferia realizou cerca de 300 exibições de filmes na periferia de Teresina no ano de 2011 e o MP3 mantém, ainda, cursos de informática para cerca de 200 alunos e dois times de futebol na cidade, um masculino e outro feminino.
 
A chegada do coordenador do Movimento, Francisco Chagas Nascimento Júnior, com os troféus em Teresina foi acompanhada por dezenas de jovens e adolescentes que participam de ações do MP3.  “Jamais passou pela nossa cabeça receber um prêmio nacional de tamanha importância. Não só o pessoal do Movimento, mas toda Teresina vibrou conosco. A emoção foi grande e é muito gratificante”, declarou. O coordenador disse ainda que “a parceria com a Fundação Banco do Brasil dá alicerces para todos os projetos criados pelo MP3”.  O prefeito de Teresina,  Elmano Férrer,  ao parabenizar o Movimento pela Paz na Periferia pelo reconhecimento nacional  disse que "o MP3 enche de orgulho a todos os teresinenses”.
 
O MP3 possui parcerias com diversas instituições, entre elas com a Fundação Banco do Brasil, que instalou em 2004, em Teresina, a primeira Estação Digital do Programa de Inclusão Digital da instituição. A Estação Digital Teresina – que representa a principal atividade da organização – funciona de domingo a domingo. No espaço são realizados cursos de informática e um clube de internet. Ainda em 2012, o MP3 lançará, em parceria com a Fundação BB, uma Estação de Metarreciclagem, que fará recondicionamento de computadores usados, possibilitando a instalação de outros laboratórios de informática na periferia de Teresina, ampliando a inclusão digital no Estado.
 
Implementado desde 2004, o Programa Inclusão Digital da Fundação consiste na implantação de espaços comunitários de informática chamados de Estação Digital e incentiva iniciativas de inclusão digital para disseminação de novas tecnologias de informação e comunicação, em parceria com instituições locais e organizações do Terceiro Setor.  A Estação Digital é também uma metodologia de formação de educadores sociais que atuam na comunidade como agentes mobilizadores e multiplicadores de técnicas que compõem o curso de capacitação.
 
MP3 - O Movimento Pela Paz na Periferia – MP3 foi instituído legalmente há sete anos, embora seja uma experiência que vinha sendo desenvolvida há treze anos.  É uma organização não-governamental criada por voluntários, dentre os quais jovens residentes na periferia de Teresina.  As ações do MP3 estão voltadas para a profissionalização da juventude das periferias de Teresina, em especial aqueles envolvidos com drogas e gangues. Todas as ações são idealizadas com foco na participação dos demais membros das famílias dos alunos.
 

Edital de Seleção de Propostas para Apresentação na Mostra Movimentos Urbanos

festival_de_arte_negra_de_BHEncerra amanhã (20) o prazo das inscrições para apresentação na mostra Movimentos Urbanos, durante o 6º FESTIVAL DE ARTE NEGRA DE BELO HORIZONTE. A Fundação Municipal de Cultura, em parceria com a Associação Pró-Cultura e Promoção das Artes (APPA), realiza entre os dias 29 de maio e 3 de junho, a Mostra Movimentos Urbanos, que integra a programação do 6º FAN – Festival de Arte Negra. Quem quiser se apresentar nessa mostra deve se inscrever no Edital de Seleção de Propostas. As inscrições estão abertas até 20 de março e devem ser realizadas mediante a entrega dos envelopes da proposta e da documentação exigida no Edital, presencialmente ou por meio de procuração. As propostas serão avaliadas segundo os seguintes critérios: qualidade artística e viabilidade técnica e financeira; clareza e adequação da proposta escrita; e relevância da proposta.

De acordo com informações da página da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, o edital sofreu algumas alterações mas as datas foram mantidas. A Fundação Municipal de Cultural (FMC) e a Associação Pró-Cultura e Promoção das Artes (APPA) realizaram algumas alterações no edital de seleção de propostas para apresentação na Mostra Movimentos Urbanos – FAN 2011-2012, divulgado no dia 1º de março. Os itens alterados são os seguintes:

Item 3.2. No caso de grupos que não estejam constituídos sob a forma de pessoa jurídica, a inscrição deverá ser feita por pessoa física que represente o grupo em questão, com declaração de compromisso dos demais.

Item 3.4. Não serão aceitas mudanças de natureza na personalidade jurídica dos proponentes após a inscrição.

Item 4.2.3. Para pessoa jurídica (inclusive Microempreendedor Individual):

Item 4.3 - b.2) 01 (um) vídeo (em DVD) da performance a ser analisada, com duração de vinte minutos, sem edição, nos casos de propostas relacionadas às performances cênicas e às apresentações de grupos de dança; e de quinze minutos para apresentações de dança solo e duos, também sem edição.

Acesse aqui o edital na íntegra

As datas de inscrição (de 1º a 20 de março) e de divulgação do resultado da primeira etapa (24 de março) e segunda etapa (5 de abril) estão mantidas.

Maiores informações: Portal BH

Pode Me Chamar de Nadí / Just Call Me Nadi


Pode Me Chamar de Nadí / Just Call Me Nadi from déo cardoso on Vimeo.




Filme de curta-metragem sobre uma menina que, num determinado dia, supera o racismo. Baseado em fatos reais. Escrito e dirigido por Déo Cardoso; Produção de Tamylka Viana. Estrelando Nadiézia Apolinário (Nadí), Laila Pires (Laila) e Rodger Rogério (Tapioqueiro). 

Cultura Negra INCOMODA a quem? Encontro MinC/Funarte - 20/03, no Rio de Janeiro

memorial_llia_gonzalezQuem tem medo da Cultura Negra? A quem a Cultura Negra incomoda? Hilton Cobra, Memorial Lélia Gonzalez e militantes das causas da Cultura Negra CONVIDAM todos/as parceiros/as para ESTARMOS PRESENTES na próxima 3ª feira, 20 de março, às 9 horas, no evento "Encontro Ministério da Cultura/Funarte". VAMOS COBRAR da Srª Ministra Ana de Hollanda e do Sr. Presidente da FUNARTE, Sr. Antonio Grassi, os esclarecimentos. Encontro Ministério da Cultura/Funarte (dia 20 de março, no Rio de Janeiro). O evento começa às 9 horas, no Salão Portinari do Palácio Gustavo Capanema. Local : Palácio Gustavo Capanema – Salão Portinari; Rua da Imprensa, 16/2º andar (Entrada pela Rua Graça Aranha - esquina de Rua Araújo Porto Alegre), Rio de Janeiro/RJ. Objetivo: divulgar as ações da instituição para 2012.

A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, estará presente.

Participam da abertura, o secretário executivo do MinC, Vitor Ortiz, e o presidente da Fundação Nacional de Artes - Funarte, Antonio Grassi.

O encontro contará também com a presença da diretora executiva da Funarte, Myriam Lewin, e de todos os diretores e coordenadores, que apresentarão os projetos das respectivas áreas (circo, dança e teatro; música; artes visuais e artes integradas) e, ainda, das representações regionais em Brasília, Belo Horizonte e São Paulo.

* * * * *
FATOS

A Cia dos Comuns inscreveu o projeto da 4ª edição da mostra de teatro “OLONADÉ - A cena negra brasileira” para concorrer, no edital de ocupação do Teatro Glauce Rocha/2012, ligado à FUNARTE/MINC.

O projeto OLONADÉ
Durante os quatro meses de ocupação, o projeto OLONADÉ ofereceria ao público carioca a seguinte programação:
> 16 espetáculos (13 adultos e 3 infância e juventude) totalizando 78 apresentações;
> 6 leituras dramatizadas;
> 10 oficinas para atores e bailarinos já iniciados,
> 4 palestras (História do Teatro Negro no Brasil; Dramaturgia Negra Brasileira; A Interpretação do Artista Negro Brasileiro; Estética Negra - Um Fazer Teatral Diferente); e
> 6 depoimentos de atores e atrizes negros consagrados, dentre eles: Léa García, Ruth de Souza, Zezé Motta e Chica Xavier (confirmadas); Lázaro Ramos (a confirmar) e outro a ser convidado.

PERDEMOS . O que não é mais qualquer novidade para a Cia dos Comuns e tantas outras companhias de dança e teatro negros espalhadas por todo o País.
Nesse edital específico, PERDEMOS também ano passado, com o mesmo projeto. NÃO NOS QUEREM!

QUEM GANHOU?
Ganhou o projeto Linguagens brasileiras – Cultura Negra em Cena, da JLM Produções. E, assim, se confirma que o dinheiro continua na mão de produtores brancos, porque, a exemplo dos “back to blacks” da vida, as duas proprietárias da JLM são brancas e descobriram como ganhar dinheiro com projetos de “negão”.

E NÓS COM ISSO?
As informações que temos é que o projeto contemplado apresenta uma programação de apenas 3 espetáculos contra 16 do projeto Olonadé!
E “todos” os 3 espetáculos são produzidos  pela empresa vencedora a JLM Produções.
No Olonadé só há um único espetáculo produzido por nós (Cia dos Comuns: “SILÊNCIO”).  Todos os demais são de outras produções, porque nossa prática é a de dividir o bolo; sobretudo quando se trata de dinheiro público.
Nos espetáculos de JLM Produções não há espetáculos para a infância e juventude, como pede o edital. No Olonadé há 3 (três).

Entramos com recurso para saber por que perdemos e até o presente momento não obtivemos respostas, pois a FUNARTE não publicou a programação vencedora, até agora!Ressaltamos que juntando o tempo de experiência da Cia dos Comuns com o meu (Hilton Cobra) - que inclui o período que dirigi o Centro José Bonifácio - soma-se mais de 23 anos na luta pela valorização das artes negras e pela inclusão de artistas e técnicos/as negros/as no mercado de trabalho.

JLM Produções descobriu que negro dá dinheiro ontem (há 5 anos).
E tempo e experiência é (ou seria?) algo extremamente relevante numa licitação pública.

Portanto convidamos todos/as parceiros/as para estarmos presentes na próxima 3ª feira, 20 de março, às 9 horas, no evento Encontro Ministério da Cultura/Funarte.

Vamos cobrar da Srª Ministra Ana de Holanda e do Sr. Presidente da FUNARTE, Sr. Antonio Grassi, os esclarecimentos.

É neste encontro que temos que ir e expor ideias, insatisfações e exigir respostas. Eu estarei lá. Hilton Cobra, Diretor da Cia dos Comuns. Co-coordenador do Fórum Nacional de Performance Negra.             21 2242 0606       -             21-8535 6536        -             21-9616 4507       / comuns@terra.com.br
Fonte: Lista Memorial Lélia Gonzalez

Curso Introdutório de Iorubá-Nagô na Casa da Nigéria 2012

professores_yorubaÈdè Yorùbá: Lò ó, bi bęękợ, yóò pàdánù rę! A tradução desta frase é:  “Língua Iorubá: Se você não usá-la, irá perdê-la!” . Essa frase foi tirada de um livro para o estudo da Língua Iorubá, o livro “Yorùbá Prime” cuidadosamente preparado pelo Professor Dr. Adébùsợlá Ọnăbàjò Ọnăyęmí. Esse livro está escrito em Iorubá e Inglês, é um livro para inciantes que permite incrementar a sua familiarização com as particularidades dessa língua .A Língua  (Èdè) Iorubá , é uma linguagem  do Niger-Congo falada na África Ocidental por cerca de 20 milhões de falantes.  É a língua nativa do povo Iorubá, falada, entre outras línguas, na Nigéria , Benin, Togo, Reino Unido, Brasil e EUA.e, Europa e nas Américas. É mais estreitamente relacionadas com a língua falada na região do delta do Rio Níger e falado também na região central da Nigéria. É mais amplamente relacionada a outras línguas nigerianas do Niger-Congo, incluindo Edo, Ibo e Nupe.
O Iorubá é um dos quatro idiomas oficiais da Nigéria e é um membro da família Níger-Congo de idiomas. É falado por cerca de 22 milhões de pessoas na África e na Diáspora Negra. O Iorubá apareceu pela primeira vez por escrito durante o século XIX. As primeiras publicações iorubá foram uma série de folhetos produzido por John Raban em 1830-2 com objetivos pedagógicos. A pessoa que fez a maior contribuição para a alfabetização iorubá foi Bispo Ajayi (Samuel) Crowther (1806-1891), que estudou  muitas das línguas da Nigéria, incluindo iorubá, e escreveu e traduziu em algumas delas. Crowther foi também o primeiro bispo cristão de origem Oeste-Africana. A ortografia iorubá apareceu em cerca de 1850, embora tenha sofrido uma série de mudanças desde então.
No Brasil, o s povos de KètuEgbaEgbado e Sabé são alguns dos segmentos étnicos vindos da Nigéria durante o período escrvagista que aquíi ficaram conhecidos como Nagôs. O fato é que esses povos vieram para a Bahia provenientes da grande área Iorubá que compreende sul e centro da atual República de Benim, (antigo Reino do Daomé); parte da República do Togo: e todo sudoeste da Nigéria. E todos eles - com destaque para os Kètu contribuíram decisivamente para e implantação da cultura nagô na nossa Bahia, reconstituindo aqui suas instituições e procurando adaptá-las ao novo meio, com o máximo de fidelidade aos padrões básicos de origem, fidelidade essa em parte facilitada pelo intenso comércio que se desenvolveu entre a Bahia e a costa ocidental da África durante todo o século XIX até os primeiros anos que se seguirem à Abolição.
Para entender o predomínio da etnia Iorubá-Nagô na Bahia é necessário recordar que, nas últimas décadas do tráfico negreiro, um enorme contingente de escravos dessa região foi trazido para Salvador. Nesse momento, os núcleos familiares também não foram tão desmembrados como no início da escravatura, permitindo uma maior manutenção da cultura e dos costumes. Então em, meu nome e em nome do representante Oficial do Governo da Nigéria para a Bahia, o AdidoCultural Professor Oyewo Bamiji, descendente da Familia Real de Oyó (e que susbstitui o Professor Ayo Ayanwalé) saúdo a todos dizendo:
Mo ki Egbe Orisa-Vodun Ilu Bahia! fun isoji, igbega ati itankale ede Yoruba. Ede aladun yi nikan ni awa ti a wa ninu egbe yi yio maa ko si ara wa. A ko fe Geesi, Faranse tabi edekede, bikose Yoruba.
Awon omo Yoruba nikan ko ni egbe yi wa fun. Gbogbo awon ti o feran ede Yoruba, ti won si fe ilosiwaju re, ni a pe lati ba wa dapo.
Tradução:
Saúdo as comunidades Orixá e Vodun da Bahia! por reviver, elevar e divulgar a língua Iorubá. Essa língua doce é uma dentre as que temos em nossa sociedade. Podemos não gostar de Ingles, Francês ou de qualquer outra língua, mais não podemos deixar de amar a língua Iorubá.
Essa associação não é somente para os Iorubás. Todos os que amam (a língua) Iorubá, que querem vê-la progredir, são elegíveis.
Calendário de Aulas:  De 16 de março até 25 de maio
Início: As aulas terão inicio no próximo dia 16 de março de 2012 (Sexta-feira) a partir das 19:00  com duração de hora e meia. Ou seja, das 19:00 as 20:30.
Instrutores
Professor Oyewo Bamiji
Professor Adelson de Brito
Informações: (71) 3326 2021

Assalariados rurais vão a Brasília para garantir seus direitos

No dia 20 de março Brasília será palco da maior mobilização já realizada por assalariados rurais de todo o país. Coordenada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Federações de Trabalhadores na Agricultura (Fetags) e Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTRs) de todo o país, a Primeira Mobilização Nacional dos Assalariados Rurais vai reunir cerca de cinco mil trabalhadores rurais, em atos que acontecerão na Esplanada dos Ministérios no transcorrer de todo esse dia. 

Um dos objetivos da mobilização é questionar o modelo de desenvolvimento agrícola predominante no Brasil, integralmente baseado no latifúndio, mecanização desordenada, agrotóxicos, sementes geneticamente modificadas, mas que não tem se pautado pela geração de emprego de qualidade. 

Mesmo tendo gerado 192,6 bilhões de reais para o Produto Interno Bruto - PIB, a agricultura brasileira mantém em sua base níveis alarmantes de relações de trabalho sem registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social. São cerca de 3 milhões de trabalhadores e trabalhadoras rurais na informalidade, sem qualquer proteção social do Estado. 

Esta mesma informalidade faz com que muitos empregadores não obedeçam à legislação vigente, sequer às normas técnicas de segurança e saúde, que visam preservar a vida e a saúde do trabalhador e da trabalhadora, o que os expõem a trabalhos degradantes, muitas vezes reduzindo os assalariados e assalariadas rurais à condição análoga à de escravo. 

Diante disso, a CONTAG, as FETAGs e os STTRs reivindicam, enquanto demanda principal, a criação de uma Política Nacional para os Assalariados e Assalariadas Rurais, que tenha como foco o combate à informalidade, a geração de emprego, renda, educação e requalificação, levando à plena cidadania do trabalhador. 

Além deste, outros itens são tidos como pontos emergenciais para os assalariados rurais.  Neles, a CONTAG pressiona para que o Governo Federal priorize a aprovação da PEC 438/2001, que dispõe sobre a expropriação dos imóveis rurais onde tenha sido utilizada mão de obra escrava; agilidade nas concessões dos registros sindicais; jornada de trabalho de 40 horas semanais; qualificação para 400 mil assalariados e assalariadas rurais excluídos pelo processo desordenado de mecanização; simplificação dos procedimentos de formalização dos contratos de trabalho rural de curta duração (Lei 11.718/2008); programa de habitação para os assalariados rurais; limitação do trabalho nos casos de atividades rurais extenuantes e desgastantes; fim da pulverização aérea com agrotóxicos; a proibição imediata de nove princípios ativos; Programa de Integração Social – PIS para todos os trabalhadores e trabalhadoras rurais e a garantia do 
seguro-desemprego para contratos por prazo determinado. 

Antonio Lucas, secretário de Assalariados e Assalariadas Rurais da CONTAG registra que a mobilização dos assalariados é um marco histórico na CONTAG. “Essa é a primeira vez que os assalariados e assalariados rurais vêm a Brasília num ato específico para cobrar do Estado soluções para os inúmeros problemas no campo.” 

Com relação à informalidade, Lucas destaca: “Somos cerca de 5 milhões de assalariados rurais no Brasil, dos quais 64,9% se encontram na informalidade. Mesmo com esse número elevado não há uma ação efetiva do Governo Federal para combater esse mal, como, por exemplo, criar punições mais rígidas para aqueles que recebem financiamento público e não respeitam os direitos dos trabalhadores”. 

Lucas faz também críticas ao citar o trabalho escravo: “É inadmissível imaginar que num país com as dimensões do Brasil ainda aconteçam práticas da época da colonização e, pior, patrocinadas pelo governo (referindo-se ao financiamento sem contrapartida social do BNDES ao agronegócio). O governo precisa regularizar essa situação”. 

Show de barbárie e agressão a negros, crianças e deficientes

logo_afropressS. Paulo - “Proibidão stand-up, onde filho chora, mãe não vê e pedófilo desce a rola”. Essa é a definição de Fábio Gueré, um dos comediantes que integram o elenco do show "Proibidão do Stand-up", em que o músico negro Raphael Lopes, 24 anos, conhecido como Rapha Dan Top, foi comparado a um macaco por Felipe Hamachi, um dos participantes, durante uma apresentação na semana passada no Kitsch Club, casa noturna na Vila Mariana, Zona Sul de S. Paulo.

No shows dos auto-proclamados comediantes, não são apenas negros e crianças os alvos preferenciais. “É melhor comer uma criancinha de 5 anos do que uma cadeirante, porque cadeirante não tem firmeza nas pernas”, foi outra das “piadas” ditas durante o show por Bruninho Mano, segundo Raphael. "Na verdade a piada em que fui comparado a um macaco foi das mais leves", relembra o músico.

Repulsa

Diante do conteúdo das piadas que fazem a apologia aberta à pedofilia, ao racismo e ofensivas aos portadores de deficiência, e da disposição dos seus promotores de continuarem o show e até prometerem novas surpresas para esta segunda-feira (19/03), o advogado, Dojival Vieira, que defende o músico protocolará representação junto ao Ministério Público de S. Paulo, pedindo a adoção de medidas visando impedir a continuidade do que ele chama de “show de horrores” ofensivo à dignidade humana.

O advogado também protocolará outras duas representações: uma na Secretaria da Justiça pedindo a aplicação da Lei 14.187/2010, que pune crimes de discriminação na esfera administrativa e que poderá resultar até no fechamento da casa; e outra na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, pedindo a abertura de Inquérito Policial.

Paralelamente ele prepara ação de indenização por danos morais contra a casa noturna e os promotores do show.

Junto com as representações será juntado dossiê com a propaganda do “Proibidão”, inclusive os diálogos nas redes sociais – twitter e facebook – em que protagonistas como Gueré definem o caráter do "Proibidão".

Solidariedade

O músico tem recebido manifestações de solidariedade de centenas de pessoas, no seu twitter e facebook. “De forma alguma sinto alegria com ocorrido e nem é um tipo de auto-promoção como já disseram por ai, muito pelo contrario. Sinto muita vergonha do Brasil estar conhecendo meu rosto, não pelo talento e pelo dom que Deus me deu, mas porque em pleno século XXI pessoas ainda acham engraçado fazer piadas que zombam de deficiências e comparam pessoas da minha cor com macacos”, afirma.

Desabafo

Numa referência ao episódio, o comediante Bruno Mazzeo, filho do humorista Chico Anísio, desabafou. “Os caras do stand-up são muito unidos tanto na hora de falar o que quiserem, quanto na hora de se revoltar quando sofrem críticas. O termo politicamente incorreto virou salvo conduto para se acharem no direito de falar qualquer coisa. E, quando criticados, se unem para dizer que há censura. Não há. Desculpem-me todos, mas chamar um negro de “macaco”, como fez o rapaz semana passada em Sampa, o que gerou até polícia, não tem nada a ver com humor. Não tem graça. É apenas agressividade. Como foi com a piadinha de Auschwitz tempos atrás", afirmou Mazzeo.

Comediante se diz arrependido

Em entrevista ao Jornal Folha de S. Paulo, Luiz França - um dos organizadores do show - admitiu que não faria a comparação que fez com que o músico negro chamasse a Polícia. “Ele ficou sentido com a piada, que realmente foi pesada”, afirmou. Ele também admitiu que o termo a que os frequentadores foram obrigados a assinar, não tem nenhuma validade jurídica”.

Por sua vez, Hamachi, o autor da piada, disse que não sabe se participará da segunda edição. “De repente pode acontecer alguma coisa e ser melhor eu ficar em casa”, afirmou. Ele também disse temer não ser contratado mais para shows pela repercussão do caso. “Eu acho que vai ter empresa que não vai querer me contratar por um bom tempo”.

Nota da Redação

A Afropress decidiu reproduzir, literalmente, as expressões e termos chulos contidos na matéria, por entender ser essa, a forma mais adequada, de levar aos seus leitores a idéia exata da grave violação aos direitos humanos contida no repertório do referido show.

Veja o vídeo da TV Record

Doméstica etíope espancada no Líbano se suicida após vídeo do abuso passar na TV

O caso revoltou libaneses e etíopes e reacendeu debate sobre o tratamento dado a domésticas no país
etiope
Um vídeo que mostra um grupo de libaneses espancando uma doméstica etíope provocou condenação dos governos dos dois países e levantou mais uma vez o debate sobre o tratamento dado a trabalhadoras estrangeiras no Líbano. A doméstica, Alem Dechasa, se suicidou nesta quarta-feira (14/03), alguns dias após o material ser transmitido pelo LBCI, canal de TV local, e cair na internet -- foram mais de 84 mil acessos no Youtube.

Nas imagens, captadas com uma câmera de celular, Dechasa e os agressores estão próximos à Embaixada da Etiópia em Beirute. Enquanto é arrastada pelos homens, um deles seu patrão, Ali Mahfouz, a doméstica implora para ser deixada em paz. Eles tentam colocá-la dentro de um carro, contra sua vontade. Mahfouz bate na mulher, puxando seus cabelos.
O vídeo foi transmitido na semana passada na TV e causou revolta entre libaneses e etíopes. Comunidades no Facebook e em outras redes sociais foram inundadas com mensagens de repúdio a Mahfouz, algumas delas com teor anti-árabe. Autoridades dos dois países anunciaram uma investigação.
No entanto, pouco tempo após ser hospitalizada no hospital psiquiátrico la Croix, na capital libanesa, Dechasa cometeu suicídio usando os lençóis da cama para se enforcar. De acordo com o cônsul etíope Asaminew Debelie Bonssa, entrevistado pelo jornal libanês The Daily Star, Dechasa parecia bem no sábado (10/03), quando ele a visitou, e que fazia planos para quando voltasse para a Etiópia.
Abusos
A história de Dechasa se junta a outros relatos de abusos cometidos contra trabalhadoras estrangeiras no país. Desde 1973, o Líbano vem "importando" domésticas estrangeiras que não contam com a proteção de nenhuma lei libanesa: o código do trabalho não se aplica a elas. Nesse panorama de ilegalidade, muitas famílias condicionam as domésticas a regimes de trabalho desumanos e, na maioria dos casos, aliados a abusos físicos e sexuais.
O vídeo de pouco mais de um minuto mostra Dechasa sendo espancada e agarrada pelos cabelos
Segundo as associações de direitos humanos, a situação só piora. São centenas de filipinas, etíopes, togolesas e cingalesas, entre outras nacionalidades, que relatam sofrer espancamentos, abusos, e privação de sono e comida.
De acordo com pesquisa da associação Caritas feita em 2007 com patrões, mais de 91% confiscaram o passaporte da empregada, 71% não a deixam sair sozinha, mais de 31% reconhecem maltratá-la, 33% limitam as suas refeições, 73% vigiam os seus relacionamentos e 34% a punem como se ela fosse uma criança.
O suicídio acaba sendo o destino de muitas delas. Nos últimos quatro meses, quatro mulheres tiraram suas vidas, de acordo com o Daily Star.
Fonte: Opera