sexta-feira, 8 de junho de 2012

Ator Fernando Almeida é assassinado no Rio


Fernando Almeida em  Malhação. Foto: Globo/Divulgação

Fernando Almeida em Malhação
Foto: Globo/Divulgação


O ator Fernando Almeida, que participou de novelas na TV Globo, foi assassinado com dois tiros na cabeça na madrugada de domingo (4) na avenida Brasil, na altura de Realengo, zona oeste do Rio. O enterro aconteceu nesta quarta no cemitério de Irajá, Rio.
A família só soube do crime nesta terça. O ator, 28 anos, tinha ido, no último sábado (3), a uma festa na casa de amigos na zona oeste do Rio.
O delegado responsável pelas investigações, Leonílson Ribeiro, da 33ª Delegacia de Polícia, disse que Almeida é acusado de ter agredido uma mulher na festa, o que teria revoltado dois homens que estavam no local, que, supostamente, o mataram por vingança.
Fernando Almeida estreou na tevê ainda criança. O primeiro papel de destaque foi aos 10 anos de idade, na novela Livre para Voar, em 1984. Ele participou de várias minisséries e produções de sucesso como O Outro, Vale Tudo e Pedra sobre Pedra. O último trabalho na TV Globo foi na novela A Padroeira, em 2001. Segundo a assessoria da emissora, Fernando não mantinha mais nenhum vínculo com a Globo.
A ex-mulher do ator, a produtora Antônia Fontenelle, ficou chocada com o assassinato. "Ele tinha 28 anos e era cheio de sonhos. Estava fazendo trabalho de iluminação no Municipal. Ele estava todo feliz porque tinha descoberto uma nova profissão. E aí, acontece uma brutalidade dessas", lamentou, em entrevista ao Jornal Nacional nesta terça. Almeida deixa um filho de sete anos.

Governo prepara cartilha para mulher que decide abortar


Lígia Formeti – Agência Estado
O Ministério da Saúde e um grupo de especialistas se reúnem na segunda-feira para discutir um programa para aconselhamento de mulheres que decidiram abortar. Formada por médicos, antropólogos, juristas e cientistas sociais, a comissão vai sugerir a formulação de uma cartilha, com orientações para que o procedimento seja feito com segurança. O material deverá conter alertas sobre sintomas que podem sugerir complicações no procedimento, como febre e sangramento.
“A intenção é fecharmos o material de orientação em, no máximo, um mês”, afirmou o coordenador do Grupo de Estudos sobre o Aborto da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Thomaz Gollop. A rodada de discussão termina no fim do mês, em São Paulo. O formato final do programa será definido pelo ministério. A cartilha conteria, por exemplo, informações para mulher escolher o lugar do procedimento. “Recomendações, por exemplo, para ela observar a higiene do local, a pessoa encarregada do procedimento. Em suma, a pessoa deve fugir dos serviços de fundo de quintal”, disse Gollop.
O grupo foi convidado pela pasta para preparar um programa de redução de danos para aborto, a exemplo do que ocorre no Uruguai e na Cidade do México, para reduzir a morte de mulheres por complicações. No Uruguai, um grupo interdisciplinar faz o aconselhamento. Uma das opções é a oferta do misoprostol, remédio para tratamento de úlcera que é abortivo.
Gollop afirma o grupo não tem ainda um posicionamento sobre esse assunto. “Embora a prescrição seja bastante segura e tenha reduzido de forma significativa o número de complicações, a realidade do Brasil é outra. Temos várias dúvidas.” No Brasil, o misoprostol é remédio de uso hospitalar. Integrante do Movimento Católicas pelo Direito de Decidir, Rosângela Talib, admite a dificuldade: “Sem mudanças, seria o mesmo que encaminhar a paciente para o primeiro camelô da esquina”.
“Não é um sistema para incentivar o aborto, mas aconselhar a mulher que já tomou sua decisão”, afirma Rosângela. O aconselhamento, completa, é uma reivindicação antiga do movimento feminista. Em nota, a pasta diz manter uma política para orientar profissionais no atendimento de intercorrências clínicas relacionada à gravidez e o processo precisa ser constantemente aprimorado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

terça-feira, 5 de junho de 2012

A ausência de uma nova narrativa na Rio+20


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O vazio básico do documento da ONU para a Rio+20 reside numa completa ausência de uma nova narrativa ou de uma nova cosmologia que poderia garantir a esperança de um "futuro que queremos" lema do grande encontro. Assim como está, nega qualquer futuro promissor.
Para seus formuladores, o futuro depende da economia, pouco importa o adjetivo que se lhe agregue: sustentável ou verde. Especialmente a economia verde opera o grande assalto ao último reduto da natureza: transformar em mercadoria e colocar preço àquilo que é comum, natural, vital e insubstituível para a vida como a água, solos, fertilidade, florestas, genes etc. O que pertence à vida é sagrado e não pode ir para o mercado dos negócios. Mas está indo, sob o imperativo categórico: apropia-te de tudo, faça comércio com tudo, especialmente com a natureza e com seus bens e serviços.
Eis aqui o supremo egocentrismo e a arrogância dos seres humanos, chamado também de antropocentrismo. Estes veem a Terra como um armazém de recursos só para eles, sem se dar conta de que não somos os únicos a habitar a Terra nem somos seus proprietários; não nos sentimos parte da natureza, mas fora e acima dela como seus "mestres e donos". Esquecemos, entretanto, que existe toda a comunidade de vida visível (5% da biosfera) e os quintilhões de quintilhões de microrganismos invisíveis (95%) que garantem a vitalidade e fecundidade da Terra. Todos estes pertencem ao condomínio Terra e têm direito de viver e conviver conosco. Sem as relações de interdependência com eles, sequer poderíamos existir. O documento desconsidera tudo isso. Podemos então dizer: Com ele não há salvação. Ele abre o caminho para o abismo. Enquanto tivermos tempo, urge evitá-lo.
Tal vazio se deriva da velha narrativa ou cosmologia. Por narrativa ou cosmologia entendemos a visão do mundo que subjaz às idéias, às práticas, aos hábitos e aos sonhos de uma sociedade. Por ela se procura explicar a origem, a evolução e o propósito do universo, da história e o lugar do ser humano.
A nossa atual é a narrativa ou a cosmologia da conquista do mundo em vista do progresso e do crescimento ilimitado. Caracteriza-se por ser mecanicista, determinística, atomística e reducionista. Por força desta narrativa 20% da população mundial controla e consome 80% de todos os recursos naturais; metade das grandes florestas foram destruídas, 65% das terras agricultáveis, perdidas, cerca de 27 a cem mil espécies de seres vivos desaparecem por ano (Wilson) e mais de mil agentes químicos sintéticos, a maioria tóxicos, são lançados na natureza. Construímos armas de destruição em massa, capazes de eliminar toda vida humana. O efeito final é o desequilíbrio do sistema-Terra que se expressa pelo aquecimento global. Com os gases já acumulados, até 2035 fatalmente se chegará a 3-4 graus Celsius, o que tornará a vida, assim como a conhecemos praticamente impossível.
A atual crise econômico-financeira que mergulha nações inteiras na miséria nos fazem perder a percepção do risco e conspiram contra qualquer mudança necessária de rumo.
Em contraposição, surge a narrativa ou a cosmologia do cuidado e da responsabilidade universal, potencialmente salvadora. Ela ganhou sua melhor expressão na Carta da Terra. Situa nossa realidade dentro da cosmogênese, aquele imenso processo de evolução que se iniciou há 13,7 bilhões de anos. O universo está continuamente se expandindo, se auto-organizando e se autocriando. Nele tudo é relação em redes e nada existe fora desta relação. Por isso todos os seres são interdependentes e colaboram entre si para garantirem o equilíbrio de todos os fatores. Missão humana reside em cuidar e manter essa harmonia sinfônica. Precisamos produzir, não para a acumulação e enriquecimento privado mas para o suficiente e decente para todos, respeitando os limites e ciclos da natureza.
Por detrás de todos os seres atua a Energia de fundo que deu origem e sustenta o universo permitindo emergências novas. A mais espetacular delas é a Terra viva e os humanos como a porção consciente dela, com a missão de cuidá-la e de responsabilizar-se por ela.
Esta nova narrativa garante "o futuro que queremos". Do contrário seremos empurrados fatalmente ao caos coletivo com consequências funestas. Ela se revela inspiradora. Ao invés de fazer negócios com a natureza, nos colocamos no seio dela em profunda sintonia e sinergia, respeitando seus limites e buscando o "bem viver" que é a harmonia entre todos e com a mãe Terra. Característica desta nova cosmologia é o cuidado no lugar da dominação, o reconhecimento do valor intrínseco de cada ser e não sua mera utilização humana, o respeito por toda a vida e dos direitos da natureza e não sua exploração e a articulação da justiça ecológica com a social.
Esta narrativa está mais de acordo com as reais necessidades humanas e com a lógica do próprio universo. Se o documento Rio+20 a adotasse, como pano de fundo, criar-se-ia a oportunidade de uma civilização planetária na qual o cuidado, a cooperação, o amor, o respeito, a alegria e espiritualidade ganhariam centralidade. Tal opção apontaria, não para o abismo, mas para o "o futuro que queremos": uma biocivilização da boa esperança.
Leonardo Boff é teólogo e escritor.



EVENTOS GEOPOLÍTICA E CARTOGRAFIA DA DIÁSPORA ÁFRICA-AMÉRICA-BRASIL


 
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Investigação sobre racismo no clipe Kong de Alexandre Pires é arquivada


kong-racismo-alexandre-piresPresença de gorilas não tinha referências racistas, diz Procurador. Segundo o MPF, também não será instaurado inquérito policial.
O Ministério Público Federal (MPF) em Uberlândia arquivou o procedimento administrativo que apurava uma suposta ocorrência de discriminação racial no clipe da música "Kong", do cantor Alexandre Pires. Ainda segundo o MPF, a decisão se baseou no entendimento de que a presença dos gorilas estaria relacionada a aspectos da sexualidade e não a referências racistas.
O MPF informou, também, que não requisitou a instauração de inquérito policial por não ter vislumbrado crime a ser apurado, uma vez que não há na conduta de Alexandre Pires a prática, indução ou incitação de discriminação ou preconceito de raça ou cor, seja através da letra ou do vídeo da música Kong.
No dia 26 de abril a ouvidoria da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), órgão da Presidência da República denunciou que "o vídeo utiliza clichês e estereótipos contra a população negra" e que "reforça estereótipos equivocados das mulheres como símbolo sexual". Após a denúncia, o cantor Alexandre Pires esteve em Uberlândia no dia 3 de maio para prestar depoimento ao Ministério Público. Na ocasião, o cantor disse que o conteúdo era desprovido de menções racistas ou sexistas.
Segundo o procurador da República Frederico Pellucci, que investigou o caso, a utilização da figura do macaco como expressão preconceituosa em relação à população negra não foi intencional. Ainda de acordo com Pelluci, embora historicamente a relação homem-macaco seja utilizada para desumanizar o negro, não se pode concluir que qualquer trabalho de expressão que invoque a figura do macaco (gorila) tenha, desde sempre, esse objetivo.
A letra da música do cantor Alexandre Pires bem como as cenas do videoclipe foram analisadas por Frederico Pellucci, que entendeu que "não se pode dizer que a letra da música ou o videoclipe tiveram a intenção de atacar quem quer que seja, mas sim apresentar-se de maneira descontraída e bem-humorada, não cabendo entrar na discussão quanto ao bom ou mau gosto na escolha das respectivas expressões e cenas", disse.
O procurador também descartou a atuação quanto ao conteúdo sexista do videoclipe de Alexandre Pires. Para ele, "a presença de mulheres de biquíni no vídeo e letras de música sugestivas de movimentos sexuais povoam diuturnamente a mídia brasileira, não se podendo dizer que o fenômeno Kong desborde da rotina a qual nos submetem os meios de comunicação nesse particular".
Fonte: VNews

Pesquisa aponta traços de racismo na Literatura de Cordel


rabalho está sendo realizado por uma aluna do curso especialização da Universidade Federal de Alagoas
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Uma pesquisa intitulada "Nordeste Brasileiro: A representação do Racismo à brasileira dentro da Literatura de cordel (1900-1950)" de uma aluna do curso especialização da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) revelou que nesse tipo de literatura, bastante popular no Nordeste, encontramos traços do racismo presentes no cotidiano.
A aluna Cinthia Roberta Santos explicou que em seu trabalho ela queria refletir sobre as questões étnico-raciais que estiveram presentes no processo de construção da identidade cultural de homens e mulheres sertanejos no início do século XX. Para tal análise, traçou um dialogo entre história e literatura.
Cinthia Santos ressalta que o objetivo do projeto é compreender como esse discurso racista, presente na cultura dominante, é absorvido pelo povo e, desta forma, alimenta um imaginário social no qual o indivíduo negro é visto como inferior. Por isso, a pesquisadora não quer apenas se deter sobre o problema, mas também avaliar as formas de superação. "Se por um lado, estaremos atentos à acomodação desse discurso racista às falas populares, ao seu imaginário, por outro, procuraremos pelas resistências, pelas formas imaginativas pelas quais essa população buscou enfrentar os problemas raciais", pontua Cinthia.


A equidade na saúde tem que ser pra valer! O Racismo como Determinante Social de Saúde



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De 19 a 21 de outubro deste ano aconteceu, no Rio de Janeiro, a Conferência Mundial de Determinantes Sociais da Saúde (CMDSS). O evento contou com a participação de cerca de 1.500 pessoas, oriundas de mais de 120 países.
Inúmeras pesquisas têm comprovado reiteradamente que as condições sociais influenciam decisivamente a saúde e que, portanto, é preciso implementar ações em todos os setores para a promoção do bem-estar. A maior parte da carga das doenças - assim como as desigualdades de saúde que existem em todos os países -, acontece por conta das condições em que as pessoas nascem, vivem, trabalham e envelhecem - o que se denomina "determinantes sociais da saúde", os DSS's. Muitos fatores sociais influenciam a saúde das pessoas e os mais importantes são aqueles que geram estratificação social - os determinantes "estruturais" -, tais como a distribuição de renda, o sexismo e o racismo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a exclusão social por pertencimento a um grupo étnico como um determinante social da saúde.
Segundo Willians[1], o racismo está enraizado nas estruturas institucionais organizadas e não só na atitude ou no comportamento de uma ou outra pessoa. Desta forma, não consideramos adequado categorizar como desigualdades aqueles resultados de uma determinada ação ou política que apresentam diferenças significativas entre os grupos que deveriam se beneficiar ou, que demonstram um evidente prejuízo para um dos grupos. Em situações como estas não há desigualdade; o que existe é iniquidade, descrita como a diferença, ainda que singela, carregada de injustiça porque geralmente decorre de uma situação que poderia ser evitada por aqueles que têm o poder de decidir. Assim, o mesmo gestor que defende o princípio da igualdade, é também aquele(a) que se recusa a apoiar políticas que reduzam as "desigualdades" raciais[2]. E essa situação é causada pelo racismo institucional.
É justamente nas áreas clínicas, nas quais a pessoa está sujeita à avaliação subjetiva do profissional de saúde, que se verificam as mais elevadas taxas de mortalidade para a população negra como um todo e, em especial, para as mulheres negras que, além das condições desfavoráveis de vida ainda sofrem com a superposição do sexismo ao racismo.
As iniquidades vividas pela população negra brasileira (e em outros países do mundo) causam impactos negativos na sua saúde. Mas, o racismo institucional causa violação dos direitos humanos em saúde. No plano individual, as ideologias discriminatórias, tais como o racismo e o sexismo, geram estratégias psicológicas de defesa construídas culturalmente, tais como a somatização, a negação, a racionalização e a invisibilidade para o seu enfrentamento. O racismo regula as relações entre clientes, profissionais e gestores, assim como impõe fatores de risco extrabiológicos às pessoas sobreviventes do processo de exclusão.
A atuação do governo brasileiro
A principal estratégia para a mudança e melhoria do contexto é colocar o racismo institucional na agenda, identificando-o como uma força que se conjuga com os demais DSS. As ações a serem realizadas são a medição e o monitoramento regular, em base anual, por exemplo, das iniquidades e disparidades em saúde por cor/raça.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu a Comissão Global sobre Determinantes Sociais da Saúde em 2005, para que a aconselhasse sobre como reduzir desigualdades de saúde. O relatório final da Comissão (2008), contém três recomendações gerais: melhorar as condições de vida no dia a dia; combater o problema da distribuição desigual de poder, dinheiro e recursos; mensurar e compreender melhor as desigualdades de saúde. Este relatório enfatizou, ainda, a importância da ação sobre os determinantes sociais para reduzir as iniquidades em saúde. Também destacou a importância de construir um movimento global para diminuir as desigualdades em saúde, tanto entre países como em seu interior no curso de uma geração.
Os Estados-Membros da OMS discutiram o relatório e, na Assembleia Mundial da Saúde de 2009, aprovaram uma resolução demandando ações sobre os determinantes sociais da saúde. A resolução falava fortemente a favor não só da "Saúde em Todas as Políticas" e de um compromisso renovado com as ações intersetoriais para reduzir as desigualdades de saúde, como também da implementação de uma abordagem ligada aos determinantes sociais em programas de saúde pública e do aumento da capacidade de mensuração das desigualdades de saúde e de monitoramento do impacto de políticas ligadas aos primeiros. A resolução também pedia ao Diretor-Geral da OMS, que "organizasse um evento global antes de 2012, no qual seriam discutidos novos planos destinados a reduzir as tendências alarmantes relacionadas às desigualdades de saúde através de ações sobre os determinantes sociais de saúde".
O governo do Brasil está sediou a Conferência Mundial sobre Determinantes Sociais da Saúde, quando reuniram-se líderes globais para discutir como colocar em prática as recomendações da Comissão.
Os cinco temas da Conferência Mundial foram selecionados para destacar aspectos-chave indispensáveis à implementação bem-sucedida da abordagem dos determinantes sociais:
1. Governança para enfrentamento das causas mais profundas das desigualdades em saúde: implementando ações sobre os determinantes sociais da saúde.
2. Promovendo participação: lideranças comunitárias para a ação sobre os determinantes sociais.
3. O papel do setor, incluindo os programas de saúde pública, na redução das desigualdades de saúde.
4. Ações globais sobre os determinantes sociais: alinhando prioridades e grupos de interesse.
5. Monitorando o progresso: medir e analisar para informar as políticas sobre determinantes sociais.
A SEPPIR foi representada na Conferência por seis pessoas, sendo duas integrantes do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR), 3 do Comitê Técnico de Saúde da População Negra (CTSPN), e a diretora de Programas da Secretaria de Políticas de Ações Afirmativas (SPAA), Ângela Nascimento.
Analisando o texto-base da CMDSS, percebemos a quase ausência dos fatores sexismo e racismo como determinantes sociais da saúde com o peso que é necessário conferir às duas variáveis. Diante da situação, a SEPPIR produziu e distribuiu no evento, um documento específico sobre o tema do Racismo como DSS.


Fonte: Lista Racial 

População Negra, Racismo e Sofrimento Psíquico


doencas mentais e racismopor Marco Antonio Chagas Guimarães (*)

O Brasil é um país pluri-étnico que tem em torno de 52% de sua população constituída de negros (pretos e pardos), sendo o segundo país no mundo em população negra, seguido da Nigéria, país africano. Desde o governo Fernando Henrique Cardoso, o Estado reconheceu que existe racismo no Brasil, mas a "herança do período escravocrata existente no imaginário brasileiro faz com que o racismo e a discriminação racial estejam profundamente enraizados na cultura e nas dinâmicas socais do nosso país" (Quintiliano e Lopes, 2007, p.1). Estatísticas oficiais evidenciam que o racismo é um dos determinantes das condições de saúde, o que resulta em altas taxas de morbidade e mortalidade da população negra e na existência de desigualdades e iniqüidades que impedem o acesso a direitos à metade da população brasileira.
No imaginário de nossa "democracia racial" ser negro é, por exemplo, ser feio, sujo, ter pouca inteligência. As positividades negras são, em geral, pensadas/sentidas em termos idealizados e/ou folclorizados, relacionado-as, ao samba, ao futebol, à destreza sexual, à resistência para o esforço no trabalho, ou resistência à dor. Ainda hoje, a literatura chama de banzo, numa forma romântico-folclorizada, o que sabemos ter sido depressão, conseqüência do sofrimento psíquico de pessoas negras durante o período escravocrata.
Na prática o produto final desse imaginário promove o travamento de portas em bancos, o acompanhamento - com o olhar e com a presença acintosa - a pessoas negras em shoppings e supermercados, promove a procura e o encontro de balas perdidas em corpos de sujeitos psíquicos que têm, em sua grande maioria, uma determinada cor. Sabemos também que a repercussão dessas vivências leva ao trabalho de baixa remuneração, desigualdades em educação e iniquidades em saúde, só para citar algumas formas de não garantia de direitos humanos.
A clínica de pacientes negros tem mostrado que as repercussões psíquicas dessas vivências, em um meio ambiente nada bom o suficiente, são humilhação social, baixa estima, timidez excessiva, irritabilidade, ansiedade intensa, estados fóbicos, hipertensão, depressão, obesidade, agressividade intra ou intersubjetiva, uso de álcool ou outras drogas, entre outros.
Neste dia 20 de novembro, dia em que se propõe uma reflexão à consciência, de negros e brancos, sobre as questões raciais brasileiras, por intermédio da figura de um representante da resiliência negra no Brasil, Zumbi dos Palmares, é importante que a psicanálise e nós, psicanalistas, possamos refletir em nossas interioridades, em nossos corações, sobre o tema "racismo e sofrimento psíquico" lembrando que a história da população negra no Brasil, assim como de sua subjetividade, é construída a partir de um processo político, econômico e ideológico que promove vulnerabilidades e iniqüidades no acesso aos direitos humanos.
O Premio Nobel da Paz de 1986, Elie Wiesel, sobrevivente de campos de concentração nazistas, numa entrevista concedida a revista Veja, em 2009, lembra-nos que o holocausto não pode ser negado "porque dói. Dói nos sobreviventes, nos seus filhos e nos filhos de seus filhos. Quem nega o holocausto pela dor que inflige aos sobreviventes e seus descendentes, comete mais do que apenas pecado (alienação). É uma crueldade". Como muito bem aprendemos com a população judaica, é preciso "não esquecer para não repetir jamais".
Minha contribuição busca propor que as pessoas presentes neste Encontro da Federação Brasileira de Psicanálise – Febrapsi possam acolher em suas interioridades, para posterior reflexão, a ideia de que o racismo é estruturante de nossas relações sociais e que as subjetividades que somos todos e, todos nós psicanalistas e profissionais de saúde mental, são construídas no interior destas relações. A ideia do quanto esse elemento fala, ou não, em nós, quando somos agentes de saúde, na escuta psicanalítica ou no trabalho em saúde mental. Meu desejo com esta contribuição é também buscar, além do direito à saúde, uma consciência mais ampla das relações sociais e de direitos humanos entre os brasileiros. Neste sentido, associo-me ao desejo expresso na fala de Sueli Carneiro, quando ela diz que "A utopia que hoje perseguimos consiste em buscar um atalho entre uma negritude redutora da dimensão humana e a universalidade ocidental hegemônica, que anula a diversidade. Ser negro sem somente ser negro, ser mulher sem ser somente mulher, ser mulher negra sem ser somente mulher negra. Alcançar a igualdade de direitos é converter-se em um ser humano pleno e cheio de possibilidades e oportunidades para além de sua condição de raça e gênero. Esse é o sentido final dessa luta" (Carneiro, 2003, p.57).
Referência Bibliográfica
CARNEIRO, S. - Enegrecer o Feminino: A Situação da Mulher Negra na América Latina a partir de uma Perspectiva de Gênero – in- ASHOKA Empreendedores Sociais e Takano Engenharia (org.) – Racismos Contemporâneos. Takano, Rio de Janeiro, 2003.
QUINTILIANO, L., LOPES, F. – Combate ao Racismo Institucional, DIFID – Ministério do Governo Britânico para o Desenvolvimento Internacional, Brasília, 2007.
(*) - Doutor em psicologia clínica (PUC-Rio), psicólogo, psicanalista, integrante do Grupo Psicossomática Psicanalítica Oriaperê (RJ), integrante da Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde (núcleo RJ).
Fonte: SBPRJ

Estude sua graduação no exterior - Nota da Educafro



EDUCA
POVO GUERREIRO! A nossa greve de fome em frente ao Palácio do Planalto, exigindo que o programa Ciência sem Fronteiras contemplem também negros, está dando excelentes resultados.
O governo brasileiro fez contato com as dez melhores universidades negras dos EUA e, a qualquer momento, receberemos a notícia de que teremos bolsas nestas universidades.
As bolsas começam com um curso de inglês com 6 meses de duração, que objetiva atingir as pessoas que não dominam nada de inglês e tranformá-las em campeãs.
Serão contempladas as pessoas que querem iniciar seu curso de graduação agora.Mas, quem já iniciou e quer reiniciar do zero também pode participar.
Este trabalho visa atender exclusivamente pessoas afrodescentes.Deveremos ter bolsas de cursos como administração até medicina.Os cursos exatos serão anunciados posteriormente.De imediato, a universidade está cobrando da EDUAFRO qual a tendênia DE OPÇÃO DE CURSOS DO PÚBLICO EDUCAFRO E DEMAIS INTERESSADOS.
Frente a esta cobrança solicitamos que você, interessado nesta oportunidade única, se cadastre abaixo para que possamos aferir esta tendência de interesses.
Demais informações serão fornecidas na reuniões.
APÓS CADASTRAR-SE FICA DEFINIDA A REUNIÃO PRESENCIAL COM OS INTERESSADOS PARA TODA QUARTA-FEIRA AS 18:00HS NAS SEDES DA EDUCAFRO NOS ESTADOS DE SP, RJ, BH E DF.
AQUELES QUE MORAM EM OUTROS ESTADOS TERÃO A OPÇÃO DE PARTICIPAR DE REUNIÕES ON-LINE TODAS AS SEXTAS-FEIRA AS 18:00HS
A quantidade de bolsas poderá ser surpreendente! Não perca tempo! Preencha agora o cadastro abaixo, participe das reuniões nas sedes da EDUCAFRO e acompanhe o site da educafro periodicamente para saber seus próximos passos para o alcance de sua vitória!
Cada vez que uma pessoa se cadastrar e informar seu CPF como indicador, você receberá um email informando o cadastro e a quantidade atualizada de pessoas que você indicou até o momento. Quem indicar pessoas a participarem desta luta receberá pontuação de incentivo!
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Fonte: CorreioNago