quinta-feira, 8 de março de 2012

Palmares reúne em Brasília comissão julgadora do 2° Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-Brasileiras

quarta-feira by Daiane Souza
Crédito: Rânia Fernandes/FCPCrédito: Rânia Fernandes/FCP
Comissão julgadora do 2° Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-Brasileiras
Por Daiane Souza 
A comissão julgadora do 2° Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-Brasileira se reuniu, na quarta-feira (7), na sede da Fundação Cultural Palmares (FCP) em Brasília. Fruto de parceria entre a FCP, o Centro de Apoio ao Desenvolvimento Osvaldo dos Santos Neves (Cadon) e a Petrobras, o prêmio contemplará a 20 projetos de companhias que trabalham de forma sistemática com as expressões culturais afro-brasileiras, nas modalidades de teatro, dança e artes visuais. Ao todo foram habilitados 137 projetos.
A Comissão de Seleção composta por profissionais de todas as regiões do país, de reconhecida competência, especialistas das três áreas teve seus membros indicados pela FCP e pelo Cadon. A fim de julgar os trabalhos no campo das Artes Visuais foram convidados Mariza Guimarães Dias, Ilacir Galvão dos Santos e Helena Theodoro Lopes. Na dança, Sigrid Augusta Busellatto Noram Marília Rameh Reis de Almeida Braga e Jorge da Silva Borges, avaliarão os projetos candidatos. A comissão do teatro é representada por Francisco Santos Lima (Chicão Santos), Paulo Roberto Melo Souza e Ruth dos Santos Almeida.
De acordo com Martvs das Chagas, diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-Brasileira da FCP, o papel da Palmares no programa é viabilizar possibilidades de participação da população negra por meio da cultura. “O Brasil é a 6ª maior economia do mundo, mas ainda não incorpora os cidadãos negros na participação econômica como é de direito. Direcionar recursos a este fim, valorizando a cultura afro-brasileira é um grande ganho”, ressalta destacando o total em prêmios que será de R$1.100.000 (um milhão e cem mil reais).
Sensibilidade – Profissional de dança, Borges vê no programa o que está além do financiamento. “É um meio de oportunizar pessoas que precisam de uma chance de mostrar o seu trabalho, de crescer”, afirma. “São ações como estas que me motivam. Por isso continuarei a tirar crianças das ruas por meio da arte”, explica. Ele cita o próprio exemplo, na adolescência se libertou das alternativas oferecidas pela sua condição social através da dança.
Helena Theodoro acredita na importância das manifestações culturais negras brasileiras por seu papel de comunicação, formação, compreensão do próximo além do trabalho com o corpo e a mente. Já a colega Mariza acha que não é mais momento de lutar por arte negra com o conceito africano. “Temos sim que dar visibilidade à arte brasileira, contemporânea, que tem sua propriedade caracterizada pela matriz africana”, afirma.
Santos ressalta que a promoção da cultura, apesar das dificuldades, já é proporcionada pelas pessoas. “O que falta ser trabalhado é a evolução dos desdobramentos da arte”, pontua. “Nosso papel aqui é empurrar os que estão atrás de nós”, conclui. Martvs das Chagas reforça que a organização do movimento negro por traz dessa ação é muito importante. “O governo tem o seu papel, mas trabalha melhor com a participação da sociedade civil”, completa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário