sábado, 10 de março de 2012

III Encontro Nacional Mulheres de Axé reúne lideranças de terreiro no Rio de Janeiro

                    Evento organizado pela Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde com apoio do UNFPA, Fundo de População das Nações Unidas, incentivar a participação das mulheres de terreiro na defesa dos direitos humanos e no controle social de políticas públicas. No mês em que se comemora o ‘Dia Internacional da Mulher’, líderes femininas de terreiros do Brasil estarão reunidas nos dias 9 e 10 de março no III Encontro Nacional Mulheres de Axé, que será realizado no Hotel Monte Alegre, Rio de Janeiro. O encontro tem o objetivo de incentivar sua participação nos espaços de defesa dos direitos humanos e de controle social de políticas públicas, assim como fortalecer e qualificar ainda mais o ativismo praticado por tais lideranças. O evento também prestará homenagens às mulheres que se destacaram no campo da luta pelos direitos humanos.
                   O Encontro, que também visa estimular nos espaços internos e externos dos terreiros o desenvolvimento de ações de promoção da autonomia das mulheres, de igualdade de gênero e efetivação dos seus direitos, foi organizado pela Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde e conta com o apoio do Ministério da Saúde e do UNFPA, Fundo de População das Nações Unidas, por meio do Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia. O evento estimulará o protagonismo das participantes tendo como referência as Ialodês e Ialaxés (africanas e de tradição religiosa de matriz africana responsáveis pelas decisões político-comunitárias de suas comunidades).
                   Para José Marmo da Silva, secretário executivo da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, o diferencial desta edição é a participação de gestores/as e profissionais de saúde e de promoção da igualdade racial. “Facilitará o estabelecimento do diálogo com o poder público e vai marcar a diferença”, disse ele, que também integra o Comitê Técnico de Saúde da População Negra e o Comitê Nacional de Educação Popular em Saúde do Ministério da Saúde.Para José Marmo da Silva, secretário executivo da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, o diferencial desta edição é a participação de gestores/as e profissionais de saúde e de promoção da igualdade racial. “Facilitará o estabelecimento do diálogo com o poder público e vai marcar a diferença”, disse ele, que também integra o Comitê Técnico de Saúde da População Negra e o Comitê Nacional de Educação Popular em Saúde do Ministério da Saúde.
                      Outros pontos considerados como destaques para 2012 foram a participação e inclusão de diferentes parceiros no processo, desde o órgão federal às secretarias estaduais, assim como as inscrições de mulheres de todas regiões do Brasil, que poderão trocar conhecimentos e informações sobre suas necessidades regionais e descobrir o que existe em comum entre elas. Em paralelo, ocorrerá também o II Encontro Estadual do Rio de Janeiro, sendo que as demandas dos terreiros locais foram analisadas anteriormente e serão interligadas às de nível nacional.
                     Marmo adiantou que, provavelmente, um dos resultados do evento será uma campanha contra a mortalidade materna, incentivada pelas mulheres de terreiro. “Os direitos sexuais e reprodutivos têm tido uma presença constante nas nossas conversas. Discutimos sobre aborto, sexualidades, a importância do domínio do corpo. A mortalidade materna, por exemplo, também é muito debatida nos terreiros e é algo que tem a ver com um assunto que está na ‘crista da onda’, que é a Medida Provisória 557 (MP 557). Têm muitas coisas na MP que as mulheres não concordam e que não devem ser impostas. Conseguindo nos articular, faremos a campanha a nível nacional”.
                     Os temas propostos para os grupos de discussão são: a presença feminina nos terreiros - raça, hierarquia e poder; mulheres, corpo e sexualidades - a autonomia do desejo; direitos sexuais e reprodutivos - como atuar para garantir a efetivação dos direitos das mulheres de terreiro; o controle social de políticas públicas realizado pelas mulheres; mulher negra e HIV - desconstruindo estigmas e preconceitos; mulheres, HIV e Sistema único de Saúde - para além dos números
                     Estão confirmados/as para a mesa de abertura a Ministra Luiza Bairros, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR); Harold Robinson, Representante do UNFPA no Brasil; Mãe Meninazinha de Oxum, do GT Mulheres de Axé/Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde; Dr. Odorico Monteiro, Secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde; e a Dra. Jurema Werneck, do Conselho Nacional de Saúde, dentre outros gestores e ativistas da saúde.
                      A atividade conta ainda com o apoio da Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, e da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro. Colaboram para a realização do evento a ONG Criola, a Fundação Cultural Palmares e a CESE-Coordenadoria Ecumênica de Serviços. As inscrições podem ser feitas pelo sitewww.formfacil.com/redereligioesafro/mulheresdeaxe, e o contato com a organização para mais informações pode ser feito pelo e-mail semireligafro2007@yahoo.com.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. .
Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras Saúde
                      Criada em março de 2003, durante o II Seminário Nacional Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, realizado em São Luís (MA), a Rede tem como objetivo principal o controle social de políticas públicas pelas lideranças de terreiro; trata-se de uma instância de articulação da sociedade civil que envolve adeptos/as das tradições religiosas afro-brasileiras, gestores/as e profissionais de saúde, integrantes de organizações não-governamentais, pesquisadores/as e lideranças do movimento negro. Nos dias 7 e 8 de março será realizado o Planejamento Estratégico da Rede de Religiões para os anos de 2012 e 2013, que atualmente conta com mais de 26 núcleos espalhados pelo país e representações em 21 estados.


por Midiã Santana



Mais Informações:
Fonte: Unfpa
Disponibilizado por: Gênero, Raça e Etnia


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