sexta-feira, 9 de março de 2012

O bom seria festejar o oito de março com políticas públicas eficazes e efetivas.

Eu queria mesmo era festejar a equidade de direito entre homens e mulheres , mulheres não-negras e negras, a partir das políticas públicas eficazes e efetivas.
Temos? Teremos?
Esse texto da Destemida Yara que capturei no facebook reflete o que penso:
8 de março é o patriarcado.

A emancipação das mulheres brancas deu-se e dá-se pela subjugação das mulheres negras a fogões, aspiradores de pó e máquinas de lavar. E isto não é aleatório, trata-se da forma de dominação e subjugação muito similar as relações entre escravizadas e sinhás ou mesmo sua herança, tendo mudado apenas o sistema de trabalho do escravagista para o do Capital. Tal mudança evoluiu as relações de trabalho para manutenção do próprio sistema, numa engenharia onde tempos depois o homem branco percebe que não precisa submeter suas mulheres brancas a situações desumanizantes, quando existem as mulheres negras para serem submetidas isso.
E cá estamos nós submetidas à base da pirâmide social, sustentando e tornando possível todas as conquistas dos que estão no topo. A despeito dos festejos da sociedade cartesiana, onde mulheres são mulheres sem distinção e formas específicas de opressões, são os números que confirmam a triste constatação neste dia que para muitos é dia de festa e felicitações, desmascaram esta pseudo-equidade entre brancas e negras e nos mostram que temos muito mais a lamentar do que qualquer outra coisa a fazer: um relatório da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio divulgou que a taxa de analfabetismo entre as mulheres negras chega ao dobro da taxa verificada para as mulheres brancas. Do total de mulheres negras maiores de cinco anos, 33,1 % estão na condição de analfabetas. No caso das mulheres brancas esse percentual é de 18,5%. A mesma pesquisa informou que as mulheres negras ocupadas em atividades manuais perfaziam um total de 79,4%, sendo 51% envolvidas com trabalho doméstico em geral, e 28,4% como cozinheiras, serventes e lavadeiras.
Em atividades como secretariado, recepção e vendas, encontravam-se 7,4% das mulheres negras. Já em funções técnicas, administrativas, científicas, artísticas entre 5,3 e 10%. Os dados desta pesquisa são de 1990, vinte e dois anos depois, zero vírgula qualquer coisa dos percentuais acima mudaram positivamente, como mostram pesquisas mais recentes.
Eis aí, porque não festejo o oito março, se esta data é o marco representativo da emancipação das mulheres, é, na realidade, o marco da emancipação das mulheres brancas a custa das mãos pretas que embalam o berço, lavam a roupa, fazem o almoço e jantar os põe sobre a mesa, retiram talheres e pratos e lavam a louça. Enquanto isso, na favela ou nas periferias, os filhos e filhas de barrigas pretas soluçam sua falta, prontos e prontos para servir ao exército de reserva de mão-de-obra barata em favor da emancipação alheia, mesmo que isso custe o aborto de sua própria existência.
ção

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