quinta-feira, 1 de março de 2012

SUS no Amazonas cadastrará haitianos

Por Daiane Souza
Os haitianos residentes em Manaus serão cadastrados nestas quinta e sexta-feiras (1 e 2) no Sistema Único de Saúde (SUS). A medida das Secretarias Estadual de Saúde do Amazonas (Susam) e Municipal de Saúde de Manaus (Semsa) é para garantir o acesso desse público aos serviços oferecidos pela rede pública de saúde. Os cadastros serão realizados em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da capital das 7h às 18h.
Segundo Débora Noal, coordenadora do projeto da Organização Médicos Sem Fronteiras de atenção aos haitianos no Amazonas, com a ação será possível ao Governo saber o número exato de haitianos em Manaus. “Além disso, teremos conhecimento de suas condições e se há a necessidade de algum tipo de intervenção em saúde pública”, afirma.
Acessibilidade – Para dinamizar as informações sobre o cadastro e facilitar o atendimento, as fichas médicas utilizadas pelos profissionais de saúde nas consultas e um mapa das unidades e serviços oferecidos no sistema estadual de saúde pública foram traduzidos para o créole, um dos idiomas oficiais do Haiti.
Em caso de dificuldades em relação ao idioma, os profissionais de saúde poderão ligar para o número (92) 8827-7544 para pedir auxílio. O número do telefone é disponibilizado pela Igreja Católica, que oferece atendimento por meio de pessoas que têm conhecimento do idioma haitiano.
Imigração – Há dois anos, um terremoto de magnitude 7 na escala Richter devastou o Haiti e desde então o país luta para se reerguer. Constituído em sua maioria por negros de colonização francesa, o país passa por uma fase de tensões políticas, sociais e de extrema pobreza que atrasam o seu processo de reconstrução. Com poucas perspectivas muitos haitianos deixaram o seu país rumo ao Brasil.
Só em 2011, o Ministério da Justiça (MJ) registrou a entrada de cerca de quatro mil haitianos. Destes, pelo menos 1,6 mil entraram ilegalmente no país. Para regularizar a situação dessas pessoas, a fim de que elas não sejam consideradas refugiadas, o Estado brasileiro vem realizando ações como a emissão de vistos humanitários, a garantia de oportunidade de estudo e trabalho além de acesso à saúde.

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