sábado, 8 de junho de 2013

Grupo Matizes quer posicionamento da OAB sobre portaria que proíbe doação de sangue por gays

Ventura acrescenta ainda que "o impedimento de doação de sangue por homens gays e bissexuais reforça o estigma e a discriminação contra a comunidade LGBT no Brasil".

O Grupo Matizes se reuniu, na última sexta-feira (7), com o presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinicius Furtado Coelho, em Teresina, para solicitar um posicionamento da OAB com relação à portaria nº 1.353/2011, do Ministério da Saúde, que veda a doação de sangue por homens gays e bissexuais.
Imagem: DivulgaçãoDeputada Margarete Coelho(Imagem:Divulgação)Deputada Margarete Coelho

A portaria foi publicada depois que o ministro da Saúde Alexandre Padilha assumiu compromisso com integrantes do Grupo Matizes e da Liga Brasileira de Lésbicas de rever a Resolução nº 153/2004, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que também impedia gays e homens bissexuais de doarem sangue. O texto da portaria nº 1.353 traz a ressalva de que "a orientação sexual (heterossexualidade, bissexualidade, homossexualidade) não deve ser usada como critério para seleção de doadores de sangue, por não constituir risco em si própria”.
Imagem: DivulgaçãoDesembargador Paes Landim e Marinalva Santana(Imagem:Divulgação)Desembargador Paes Landim e Marinalva Santana

Para o Matizes, a ressalva tem efeito prático ineficaz, uma vez que, embora exista, a portaria mantém a vedação da doação de sangue nos casos de homens que tiveram relações sexuais com outros homens. “Essa proibição é de constitucionalidade duvidosa, posto que contraria os princípios da dignidade humana, da não discriminação e da igualdade”, pondera a coordenadora do Grupo, Maria José Ventura.

Ventura acrescenta ainda que “o impedimento de doação de sangue por homens gays e bissexuais reforça o estigma e a discriminação contra a comunidade LGBT no Brasil”. Em 2011, o Matizes provocara o então presidente do Conselho Federal da Ordem, Ophir Cavalcante, no sentido de que a instituição debatesse a resolução da Anvisa, estudando a constitucionalidade da matéria.
Imagem: DivulgaçãoSigifroi Moreno e Matizes(Imagem:Divulgação)Sigifroi Moreno e Matizes

O atual presidente da Ordem, Marcus Vinicius Furtado Coelho, se comprometeu em prosseguir à análise da portaria, no âmbito do Conselho Federal, e ressalta que a OAB é uma instituição erguida na defesa dos direitos humanos e no combate à discriminação. A conselheira federal da OAB-PI e deputada estadual Margarete Coelho, que vestiu a camisa da campanha do Matizes “Nosso Sangue Pela Igualdade”, também assumiu o compromisso de dar celeridade à discussão da matéria na instituição.

A vice-presidente da OAB-PI, Eduarda Miranda, o conselheiro federal e ex-presidente da OAB-PI, Sigifroi Moreno, e o corregedor geral de Justiça do Piauí, Francisco Antônio Paes Landim, também deram apoio à Campanha “Nosso Sangue Pela Igualdade”.

Curta a página do GP1 no facebook: www.facebook.com/PortalGP1 
Fonte: Ascom

Nenhum comentário:

Postar um comentário